Educar é um ato civilizatório que em sua subjetividade torna o desconhecido atingível.
A contemporaneidade, na riqueza de metodologias e recursos, possibilitou tornar este ato civilizatório em algo lúdico e permeável pela pluralidade de formatos pedagógicos.
Anteriormente, tanto o ensinar como o aprender traziam marcas do autoritarismo do professor e a possível insatisfação do aprendente, que mantinha a postura de somente receber. As estruturas escolares em seu formato engessado, impossibilitava qualquer manifestação contrária as suas propostas vinculadas na "descarga" dos conteúdos meramente mecanicistas. ( alusão a música Another Brick In The Wall e texto A Maquinaria escolar).
Conforme Varela e Alvarez-Uria, "A criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente, através do contato com eles." (1992, p.5). Este é um dos divisores de água que separa uma sociedade onde não havia a instituição escolar daquela em que ela passa existir. A pós-modernidade realizou mudanças nesta instituições e as crianças tornam-se aprendentes em local adequado e preparado para as suas aprendizagens. As escolas dos séculos passados preparavam para a mera repetição de afazeres. A escola da atualidade pode permitir que a criança viva esta primeira fase de sua existência com aprendizagens latentes e instigantes à fase em que se encontra.
Percebo em minha prática docente que quanto mais lúdico e próximo aos interesses e fase das infâncias, o aprendizado é mais eficiente e permanente. Por consequência, também saio revigorada com o sentimento de que quem dá, também recebe. Em meu cotidiano escolar, o riso farto, a procura, o silêncio, a comunicação em LIBRAS, o canto e a dança interferem nas aprendizagens concomitantemente.
A utilização da música, atrelado as experiências corpóreas, a associação de princípios e valores trazem contornos lúdicos e suaves, valorizando as inquietações de quem aprende em movimento contínuo.
Portanto, aprender tem que ter o elemento da descoberta daquilo que não é sabido, com a sutileza da alegria do conhecimento.
REFERÊNCIAS
ALVAREZ-URIA, Fernando; VARELA, Juliana. A maquinaria escolar.
Teoria & Educação, Porto Alegre, n.6, p. 1-17, 1992.