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"Se olharmos para fora, sonharemos...mas se voltarmos o olhar para dentro de nós acordaremos." Carl Gustav Jung
Como profissional da área da educação, norteei a objetividade do trabalho desenvolvido nas áreas afins do conhecimento, segundo o currículo do ambiente escolar que estava inserida. Concomitante, empreguei esforços à assertividade e pluralidade do pensamento reflexivo junto aos alunos que inicialmente encontravam dificuldade de explicitar uma linha de raciocínio lógico e argumentativo sobre assuntos diversos e curriculares. Ao longo das aulas, íamos construindo uma convivência escolar, um conhecendo o outro, e crescendo no empoderamento das ideias compartilhadas em grupo.
Este dinamismo alicerçou e alavancou meu trabalho e imprimiu contornos ao meu perfil profissional. Esta reflexão sobre a diretriz de meu trabalho, segue as pegadas do célebre educador brasileiro, Paulo Freire ( 1921- 1997) que ressaltava como objetivo da escola, ensinar o aluno a "ler o mundo" para transformá-lo.
E como ser agente transformador sem reformar e reestruturar as próprias ideias e consciências?
Como olhar o mundo ( universo fora de nós mesmos) e suas ideias preconcebidas com criticidade, sem voltarmos o olhar para dentro de nós mesmos, com o intuito de despertar nossas próprias consciências?
Reformar ou reformular o externo exige a honestidade da exigência de novos parâmetros antológicos para acordar ou despertar novos posicionamentos reflexivos e assertivos.
A elaboração destas atitudes profissionais levou - me a maior de todas as reformas, a pessoal.
Olhar meu universo pessoal e desbravá - lo com uma profunda honestidade guiada por uma lupa à consciência e mazelas enraizadas a minha historia pessoal, é fruto também de tudo que desenvolvi em sala de aula.
É fruto da leitura de mundo pessoal e também do olhar para dentro de mim mesma , para sair do sonho de que tudo que julgava "estar bem", para acolher minha realidade pessoal e transformá - la em vida, tal e qual ela é. Dar novos contornos e reeditá -la, assim como, meu perfil profissional.
Ao escrever esta reflexão, lembrei do olhar dos meus alunos e de todos os feedbcks recebidos em sala de aula quando diziam ter "aprendido" comigo muito mais do que nos últimos anos em sala de aula...desconhecendo que o relato desta epifania (súbita sensação de entendimento, compreensão da essência de algo) está diretamente relacionada a todos os momentos de convivência, longas conversas e risadas.
Eles julgaram ter recebido muito de mim, mas a maior beneficiada fui eu. ![]() |
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
O despertar
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