quinta-feira, 31 de agosto de 2017

TRANSFORMAÇÕES NA CONVIVÊNCIA




O tempo está unido e fundido com as experiências que vamos recolhendo durante toda a nossa vida, então, todas as coisas nos fazem aprender, conhecer e mudar. De fato, estamos tão ligados ao tempo que ele parece se alongar ou se encurtar dependendo do nosso estado de espírito e das nossas expectativas de vida e de aprendizado.
O tempo, como se costuma dizer, não passa em incólume, muito menos se olharmos para o que éramos dez anos, cinco meses ou três semanas antes do momento presente. Ouso dizer que não somos o que éramos a 4 horas atrás.  A aptidão à evolução faz parte do cotidiano humano. Nosso agir e mudanças de comportamento podem influenciar os que convivem conosco. Por isso é importante nos conscientizarmos que nossos atos , no mundo que nos circunda,  podem influenciar o mundo e na sua construção. 
"Maturana e Varela mostram que o mundo não é pré- dado e que o construímos ao longo de nossa interação."
O texto revela que se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educandos, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a ( segundo os autores).
No meu dia a dia em sala de aula, constantemente exerço este pressuposto abordado pelos autores e constato a veracidade de tais posicionamentos assertivos. A ou as habilidades cognitivas dos aprendentes podem ser estimuladas e até mesmo despertadas quando as condições emocionais são  favoráveis. 
Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educandos, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a. Obtivee sempre  resultados positivos quando observo tais critérios nos meus alunos.


REFERÊNCIAS MATURANA, Humberto. Uma nova concepção de aprendizagem. Dois pontos, v. 2, n. 15, 1993. ______. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 2002. ______; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. São Paulo : Palas Athena, 2002. ______; ZÖLLER, Gerda V. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athena, 2004. REAL, Luciane Corte. Aprendizagens Amorosas na Interface Escola, Projetos de Aprendizagem e Tecnologias Digitais. Tese defendida em 10/07/2007. Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação. Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre. Orientadora Cleci Maraschin. REAL, Luciane Corte e RAMOS, Patrícia. Transformações na convivência de adolescentes no laboratório de informática em uma escola pública. RENOTE - Revista Novas Tecnologias na Educação Julho/2006 - Vol.4 Nº1 - VII Ciclo de Palestras Novas Tecnologias na Educação. http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/artigosrenote/a46_21235.pdf


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

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O  aprendizado da linguagem para o desenvolvimento como pessoa. 

Baseado em uma história real, ocorrida no final do século XIX, A Linguagem do Coração revela o encontro entre Marie Heurtin e a irmã Marguerite. Decidida em fazer com que a jovem surda e cega seja reintegrada ao convívio social, irmã Marguerite assume esta árdua tarefa.
Ao assistir mais uma vez este file, concomitante brotaram inúmeras reflexões e associações ao ato de aprender e ensinar.
Quando estou em sala de aula e me deparo com alunos com necessidades educativas, em muitos momentos alterno os papéis dos protagonistas do filme.
Ensinar...
Aprender...
Insistir...
Resistir...
Acessar...
Para juntos descobrir.
Ensinar o que julgamos necessário ao aprendente.
Aprender com ele e encontrar formas inovadoras que revelem o quanto é favorável, dinâmico quando nos é revelado o novo.
Insistir, persistir até quebrar as muralhas que separam o aluno do desejo de aprender.
Acessar, abrir portas, novas possibilidades, e é aí que entra a "linguagem do coração".
Ensinar ou despertar a curiosidade é muito mais que uma mera transmissão de conhecimento. Exige envolvimento, doação...
E isto não se aprende nos livros, nem na universidade.
É caractere intrínseco. Ouso dizer que é acessório que vem de fábrica, se nasce com ele.
Este filme aborda novas perspectivas sobre o aprender para ambas as partes: tanto para quem ensina, quanto para quem aprende.
Aprender, muitas vezes é morrer para o que julgávamos saber, é lançar-se ao incerto. É romper com o que somos, é desconstruir-se. 
E quando chega ao final do filme há um diálogo incrível e comovente, em que Marie relata em LIBRAS à irmã Marguerite ( falecida), olhando para o céu cheio de nuvens sobre o aprendizado e convívio das duas.
Este momento final do filme emergiu à reflexão de que quando não estivermos mais com nossos alunos, porque eles avançaram para outra classe, eles levarão as marcas do aprendizado que ficou e também as lacunas da não assimilação e acomodação de tudo que foi trabalhado.

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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A linguagem do coração

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Qual é a chave, qual é o segredo que abre a porta do teu coração, para o conhecimento do mundo.
Esta é apenas uma provocação, um breve ensaio às sinapses que me ocorreram ao assistir o filme A linguagem do coração e que imediatamente associei aos estímulos à linguagem nos anos iniciais. 
Recebi da Universidade Cândido Mendes em parceria com o Instituto Prominas uma apostila que mergulha e questiona como, o por que e para que se aprende ler e escrever.
Trás a abordagem de qual é a "chave", qual é o segredo que desperta o aprendizado à escrita e a leitra.  

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Ousadia para mudar

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No mês de julho, a PUC sediou o 14° Congresso da rede privada de Ensino, com a temática inspiradora "Ousadia para mudar".
O assunto abordado pelos palestrantes, levou-nos a uma profunda e honesta reflexão não somente às nossas práticas e abordagens de ensino. Mudanças, desafios e ousadia  não se resumem a um tempo linear limitado. Os mais de 2 mil professores presentes, foram constantemente motivados a uma céfala postura que por conseguinte contagiariam também os alunos e demais funcionários das escolas. Os participantes foram encorajados a encarar mudanças ao longo de suas vidas.
O ou os movimentos de mudança são cíclicos, e como uma onda vão atingindo e desinstalando tudo e a todos que estão ao seu redor. Como uma onda do mar que avança, assim procedem as mudanças, deixando marcas, irrigando os processos que desinstalam e desacomodam tudo em seu entorno.
"Não se trata apenas de modernizar as operações, mas a mudança afeta a vida por inteiro, a percepção é que nada mais prossegue incólume como anteriormente. Somos constantemente desafiados a assimilarmos o novo..." (Osvino Toiller, mestre em educação e vice- presidente do Sinepe ).
Mudanças exigem a radicalidade da interrupção de determinados padrões de comportamento que são alimentados por pensamentos e frases como: "sempre foi feito assim", não vale a pena, eles não aprendem, não gostam..." devem ser paralisados pois congelam a evolução gradual da mudança. Esta escrita reflexiva lembrou-me de um livro que li a alguns anos atrás intitulado "Quem me roubou de mim".
O autor,"Padre Fábio de Melo aborda uma violência sutil que aflige muitas pessoas o sequestro da subjetividade. Essa expressão refere-se a privação que sofremos de nós mesmos quando estabelecemos com alguém, nas palavras do próprio autor, um vínculo que mina nossa capacidade de ser quem somos, de pensar por nós mesmos, de exercer nossa autonomia, de tomar decisões e exercer nossa liberdade de escolha." Muitas vezes sofri esta tentativa de sequestro quando propunha atividades e até mesmo em meu manejo e estratégias selecionadas com as turmas que trabalhava. Custei a perceber que a forma como desenvolvo meu trabalho, convívio com os alunos indiretamente atingia e até mesmo incomodava alguns colegas, pois trabalho com princípios tais como o de "liberdade com responsabilidade" ( princípios montessorianos).
Proponho e permito à meus alunos se ausentarem da sala de aula sem precisar me pedir. Eles poderão ir ao banheiro, tomar água e se estiverem agitados saírem da sala por breves períodos e após retornarem. Inicialmente alguns saem e retornam sempre me olhando um pouco desconfiados. Após o período de adaptação e acomodação das regras, momentos de debate e discussões sobre comportamento de alunos e professores, inicia o período de calmaria e só saem aqueles que realmente precisam ( fisiologicamente ou porque estão agitados).
Quando percebo que a totalidade de meus alunos permanecem em aula por LIVRE ESCOLHA, motivo-me ainda mais para buscar novas estratégias que os surpreendam e os mantenham interessados em aprender sobre os conteúdos estabelecidos pelo setor pedagógico da escola e também pelos assuntos que eles trazem. 
Mas nosso cotidiano em sala de aula não é um filme com roteiro pré- programado com todo o andamento transcorrendo conforme o diretor ( neste caso o professor) havia idealizado. As vezes um aluno ( e geralmente acontece) perde a liberdade ( costumo dizer que a confisco) e após um curto período de ajustes, estímulos e conversas digo que estou pronta a restituir-lhe a liberdade se ele estiver pronto à usá-la com responsabilidade. Sempre obtive resultados positivos com os alunos envolvidos nesta situação. Mais que restituir-lhe a liberdade e autonomia, digo que voltei a confiar nas escolhas que ele fará. 
Me encanta deixá-los fazer escolhas e dar-lhes o gerenciamento à autonomia sempre que possível. 
Pode ser utópico mas, quando os vejo assim, lembro-me de uma música que aprecio muito que é Nella Fantasia.que em sua letra diz "o sonho das almas que são sempre livres..." Tem um vídeo que assisto com meus alunos em que um menino coreano canta esta música, e após fazemos uma roda de conversas cruzadas sobre o que assistimos. Este momento é muito enriquecedor e fazemos muitas reflexões sobre escolhas, liberdades e autonomia.
Por isso sigo e persisto, muitas vezes na contramão, tendo muito a aprender, errando mas colhendo resultados frutos destas escolhas.


Referências:
Link: http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2017/07/noticias/opiniao/2148571-ousadia-para-mudar--1.html
Link: https://www.youtube.com/watch?v=8eOyTj9jkXU ( Menino coreano canta Nella Fantasia em show de talentos)