terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Compartilhando Experências

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"Não luto para sobrepor minha raça, apenas combato a desigualdade de direitos e no tratamento. Nem melhor nem pior, apenas IGUAIS." (autoral) 
Escolhi trabalhar a abordagem da questão racial como conteúdo multidisciplinar durante o ano letivo, porque entendo que esta temática não é para um único momento, e sim um tema transversal que se manifestará em momentos previamente planejados e também no dia a dia em que as diversas circunstâncias exigem à reflexão.
Trabalho com uma turma do 5°ano e o planejamento das atividades foram acontecendo paulatinamente no transcorrer do ano letivo, nos momentos em que trabalhei os conteúdos estabelecidos no Plano de Estudos , pelo setor pedagógico da escola.
Atividade inicial: no primeiro dia de aula, os alunos foram levados à quadra e sentados em círculo, jogavam uma bola para algum colega e este se apresentava. Eu iniciei me apresentando para estimulá-los, Dentro desta proposta cada um deveria dizer: nome, idade, raça e algo que considera positivo e/ou negativo em sua personalidade.
Após, fomos à sala de aula e trabalhamos a poesia "O nome da gente" de Pedro Bandeira (Português) e realizamos o autorretrato que foi fixado na parede do fundo da sala. Os alunos foram estimulados a contar a história da escolha do seu nome.
Fizemos um gráfico (Matemática) a partir do reconhecimento racial de cada um. Quando este levantamento foi realizado, alguns alunos sinalizaram que seus colegas eram negros (segundo o seu entendimento). Os alunos que não se reconheceram ficaram em silêncio e eu mediei a situação.
Vimos a história e a tragetória dos africanos ao chegar no Brasil (História) e o país de origem (Geografia). Na sequência fizemos debates e análise de situações denunciadas por preconceito (Filosofia) e apresentei a música Kothbiro de Ayub. Quando estudamos os Sistemas ( respiratório, excretor, etc) vimos que sob o ponto de vista orgânico somos todos iguais. Compartilho a fala de um aluno, que disse que se fôssemos cortados o sangue que escorreria de todos que ali estavam, seria igual. Este comentário surtiu uma belíssima reflexão em que quase todos da sala emitiram sua opinião e contribuição.
No decorrer do ano letivo, fizemos uma análise sobre a data 13 de maio e assistimos o vídeo Amazing Grace no YouTube que sacudiu a turma, pois traz imagens do filme "12 anos de escravidão". Muitos alunos demonstraram entristecimento ao ver as cenas do vídeo que demonstravam como os negros eram maltratados e desrespeitados. 
Fizemos uma apresentação no Momento Cultural da escola que concluiu com uma oficina de cuidados ao cabelo étnico. Este momento recebeu o título de "Meu cabelo...minhas regras", e todos que nos procuraram  receberam cuidados aos seus cabelos. Para este momento, levei produtos especificamente para o cabelo étnico (creme para pentear, gelatina capilar, gel, spray com água e hidratante capilar, etc). Este momento foi muito apreciado pelos alunos de toda a escola, assim como a apresentação que fizemos. 
E como culminância, assistimos o filme "O contador de histórias" (produção brasileira) que resultou em um projeto "Senta que lá vem história", aplicado na turma do Integral na escola. Neste projeto os alunos escolheram uma história e turma escolheu a área de atuação. Uns escolheram participar do grupo de teatro que dramatizou a história, outros ficaram na produção de materias para a contação e apresentação, outros optaram em realizar oficina de criação artística ( desenho, pintura, recorte e massinha de modelar) e outros ficaram encarregados de organizar as brincadeiras na quadra.
Foi um momento gratificante para todos  e alguns pais teceram comentários positivos sobre o projeto. O SOP, a professora da turma do Integral e seus alunos agradeceram e elogiaram a organização da nossa turma. A diretora também reconheceu a disponibilidade e desenvoltura da nossa turma.

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Referências:
Link: https://www.letras.mus.br/ayub-ogada/1447618/traducao.html, música Kothbiro, Ogada, Ayub
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dutQVzzsv0U, música Amazing Grace
https://www.youtube.com/watch?v=XXGPAFp3PC0

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

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A completude da ética é o caminho para a construção de uma educação sedimentada em valores morais e primordial à formação do aluno livre e crítico.
 Libâneo (1998, p 64), afirma que a escola com a qual sonhamos deve assegurar a todos a formação que ajude o aluno a transformar-se em um sujeito pensante, capaz de utilizar seu potencial de pensamento na construção e reconstrução de conceitos, habilidades e valores. A ética pode ser aprendida através da convivência e a interação entre o professor, o aluno e o meio em que estes estão inseridos a práxis do cotidiano.
Ética é a reflexão, o pensamento para aquilo que se consolidou,diz respeito ao modo como convivemos uns com os outros.É pensar acerca daquilo que faço, tem a ver com a ação. A etmologia da palavra (Ethos) diz que é o lugar onde as pessoas habitam, moram. É o que estamos fazendo uns com os outros. A ação,o modo como intervenho ou interajo tem o estreitamento com a moral, que é uma produção da cultura. A moral é o hábito, é o costume, o que se consolidou sob o ponto de vista da ação.
Para Márcia Buriti ( vídeo, Filosofia e Ética) os caminhos para a construção de uma sociedade mais ética é longo, e refletir sobre ética é pensar no caminho, nas ações assertivas.
Em minha prática pedagógica, constantemente reflito sobre a ética com meus alunos. Levo para a sala de aula jornais( Correio do Povo e Zero Hora)  e conversamos sobre temas da atualidade. Realizamos debates, trabalhos em grupo, em duplas e individualizado com as notícias apresentadas nestes jornais.Um dos temas mais debatidos tem sido sobre a ética dos poderes públicos e o total desrespeito ao cidadão que contribui com impostos e não tem retorno algum em todos os setores ( saúde, educação, etc). Os alunos também debruçam o olhar sobre o comportamento de alguns professores que não são éticos e que mesmo assim, cobram dos seus alunos atitudes transformadoras e responsáveis.   
Nossa atuação, como professor, no cotidiano escolar é fundamental, pois fazemos um espelhamento diário de nossas ações aos alunos.
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A decisão é sua.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

DIFERENÇAS E PRECONCEITO NA ESCOLA

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Somos iguais em nossas diferenças.
MITOS E PRECONCEITOS SOBRE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Vivemos em meio a pluralidade e diversidade, no entanto só as vemos  quando nos deparamos com pessoas portadoras de necessidades especiais.  E quando as vemos, há um espelhamento subjetivo que nos distancia e resistimos formar vínculos emocionais que levariam a desacomodação de padrões de conduta e comportamento gerando um padrão de  linguagem inovador.
Se o mundo é plural, porque haveria uma única resposta à todas as perguntas e um único padrão de comportamento e aprendizagem?
Ao me apropriar do material disponibilizado na interdisciplina revi conceitos significativos a demanda de alunos que estão nos espaços escolares.  Conceitos como:
Compensação: colocar em equilíbrio, dar algo em troca, ação que gera o equilíbrio e igualdade entre duas partes, fazendo com que não haja nenhuma com maior ou menor peso que a outra.
Assimilação: processo mental pelo qual se incorporam os dados das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes. É um movimento de integração do meio no organismo. Na linguagem diária, por fim, a ideia de assimilação se associa à compreensão ou o entendimento de uma informação, algo diminuído, enfraquecido.
Assimilação: quando negamos literalmente a diferença.
Deficiência: refere-se a uma perda ou anomalia de estrutura ou função.
Incapacidade: refere-se a restrição de atividades em decorrência de uma deficiência.
Desvantagem: refere-se à condição social de prejuízo resultante de deficiência e/ou incapacidade. Diz respeito aos prejuízos que o indivíduo experimenta devido a sua deficiência e incapacidade.
Mitos: diferenças e preconceitos, barreiras atitudinais que desenvolvemos ao entrar em contato com pessoas com deficiência.
Refletindo sobre a ação do professor no seu cotidiano escolar, percebo a propagação de mitos e esteriótipos com os quais revestimos muitos dos alunos portadores de necessidades especiais. Alguns professores afirmam que estes alunos não aprendem, que não socializam, colocando-os sempre em desvantagem ressaltando suas deficiências e que não retêm nenhum aprendizado.
Estas barreiras que são edificadas em torno destes alunos e em torno de muitos professores servem de mecanismos de autodefesa repelindo-os para fora do contexto escolar. Estes alunos estão matriculados nas escolas mas são excluídos do processo de qualquer aprendizagem.
Carlos Skliar, em seu vídeo, enfatiza que quando se fala muito em determinado assunto ou tema é porque ele não está presente, não está acontecendo ou acontece de maneira errônea. A inclusão tem mobilizado nossas discussões e por conseguinte ressalta que não está acomodada e assimilada no cotidiano escolar.
A finalidade da educação está em sua grande maioria na contramão da dialética de prepará-los para o mundo, para a vida autônoma.
Trazê-los para o contexto escolar, preparando a turma para acolhê-los, preparando PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), sala de AEE, seria uma das muitas estratégias à excelência do desenvolvimento destes aprendentes que apresentam alguma limitação.  O papel do professor é mediar, assistir e intervir favoravelmente estes alunos e os demais.

Referências:
Amaral, Lígia Assumpção; Diferenças e Preconceito na Escola - Alternativas Teóricas e Práticas
Skliar, Carlos; Vídeo: Quem é o verdadeiro deficiente?