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"Não luto para sobrepor minha raça, apenas combato a desigualdade de direitos e no tratamento. Nem melhor nem pior, apenas IGUAIS." (autoral) |
Trabalho com uma turma do 5°ano e o planejamento das atividades foram acontecendo paulatinamente no transcorrer do ano letivo, nos momentos em que trabalhei os conteúdos estabelecidos no Plano de Estudos , pelo setor pedagógico da escola.
Atividade inicial: no primeiro dia de aula, os alunos foram levados à quadra e sentados em círculo, jogavam uma bola para algum colega e este se apresentava. Eu iniciei me apresentando para estimulá-los, Dentro desta proposta cada um deveria dizer: nome, idade, raça e algo que considera positivo e/ou negativo em sua personalidade.
Após, fomos à sala de aula e trabalhamos a poesia "O nome da gente" de Pedro Bandeira (Português) e realizamos o autorretrato que foi fixado na parede do fundo da sala. Os alunos foram estimulados a contar a história da escolha do seu nome.
Fizemos um gráfico (Matemática) a partir do reconhecimento racial de cada um. Quando este levantamento foi realizado, alguns alunos sinalizaram que seus colegas eram negros (segundo o seu entendimento). Os alunos que não se reconheceram ficaram em silêncio e eu mediei a situação.
Vimos a história e a tragetória dos africanos ao chegar no Brasil (História) e o país de origem (Geografia). Na sequência fizemos debates e análise de situações denunciadas por preconceito (Filosofia) e apresentei a música Kothbiro de Ayub. Quando estudamos os Sistemas ( respiratório, excretor, etc) vimos que sob o ponto de vista orgânico somos todos iguais. Compartilho a fala de um aluno, que disse que se fôssemos cortados o sangue que escorreria de todos que ali estavam, seria igual. Este comentário surtiu uma belíssima reflexão em que quase todos da sala emitiram sua opinião e contribuição.
No decorrer do ano letivo, fizemos uma análise sobre a data 13 de maio e assistimos o vídeo Amazing Grace no YouTube que sacudiu a turma, pois traz imagens do filme "12 anos de escravidão". Muitos alunos demonstraram entristecimento ao ver as cenas do vídeo que demonstravam como os negros eram maltratados e desrespeitados.
Fizemos uma apresentação no Momento Cultural da escola que concluiu com uma oficina de cuidados ao cabelo étnico. Este momento recebeu o título de "Meu cabelo...minhas regras", e todos que nos procuraram receberam cuidados aos seus cabelos. Para este momento, levei produtos especificamente para o cabelo étnico (creme para pentear, gelatina capilar, gel, spray com água e hidratante capilar, etc). Este momento foi muito apreciado pelos alunos de toda a escola, assim como a apresentação que fizemos.
E como culminância, assistimos o filme "O contador de histórias" (produção brasileira) que resultou em um projeto "Senta que lá vem história", aplicado na turma do Integral na escola. Neste projeto os alunos escolheram uma história e turma escolheu a área de atuação. Uns escolheram participar do grupo de teatro que dramatizou a história, outros ficaram na produção de materias para a contação e apresentação, outros optaram em realizar oficina de criação artística ( desenho, pintura, recorte e massinha de modelar) e outros ficaram encarregados de organizar as brincadeiras na quadra.
Foi um momento gratificante para todos e alguns pais teceram comentários positivos sobre o projeto. O SOP, a professora da turma do Integral e seus alunos agradeceram e elogiaram a organização da nossa turma. A diretora também reconheceu a disponibilidade e desenvoltura da nossa turma.

Referências:
Link: https://www.letras.mus.br/ayub-ogada/1447618/traducao.html, música Kothbiro, Ogada, Ayub
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dutQVzzsv0U, música Amazing Grace
https://www.youtube.com/watch?v=XXGPAFp3PC0
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