
Desde a origem da raça humana, as pessoas diferem entre si. A diversidade manifesta-se, por exemplo, na distinção entre homens e mulheres, nas etapas do ciclo da vida e na própria fragilidade humana, fatores que podem determinar limitação no desempenho de algumas atividades. Como consequência da supervalorização da capacidade física, sensorial e cognitiva, as pessoas com deficiência enfrentaram a eliminação, a exclusão, e muitas formas de segregação como prova do preconceito, da discriminação e da desvalorização de suas vidas. Em todas as situações manifesta-se a opressão sobre os indivíduos de grupos minoritários em situação de vulnerabilidade. Da invisibilidade à convivência na sociedade, houve uma longa trajetória representada pelas medidas caritativas e o assistencialismo, correspondentes a ações imediatistas e desarticuladas, que mantiveram as pessoas com deficiência isoladas nos espaços da família ou em instituições de confinamento.
Na legislação brasileira, os diferentes tipos de deficiência estão categorizados
no Decreto nº 5.296/2004 como: deficiência física, auditiva, visual, mental
(atualmente intelectual, função cognitiva) e múltipla, que é a associação de
mais de um tipo de deficiência (BRASIL, 2004).
Enquadram-se nas categorias do Decreto nº 5.296/2004:
--deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos
do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o
desempenho de funções. A deficiência física compreende as condições de dificuldade na marcha, na
sustentação e no equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação dos
membros superiores, em graus diferentes de comprometimento, como paralisia
(plegia) e falta de força (paresia);
--deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;
os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos
for igual ou menor que 600; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
condições anteriores”
As pessoas com deficiência visual podem ser cegas ou apresentar baixa visão.
Nos casos de baixa visão, as pessoas se beneficiam com imagens e letras
ampliadas e próximas, com bom contraste de cores, entre o fundo e a imagem.
As pessoas cegas e as com baixa visão usam bengalas para evitar obstáculos
e perigos e para direcionar seu deslocamento; os pisos táteis facilitam sua
mobilidade;
--deficiência mental, leia-se intelectual: funcionamento intelectual
significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais
como: 1. comunicação; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização
dos recursos da comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades
acadêmicas; 7. lazer; e 8. trabalho”. Cabe ressaltar que a deficiência intelectual refere-se ao aspecto cognitivo e
não se confunde com o transtorno ou doença mental. Outra observação
importante é o fato de haver graus de deficiência intelectual definidos pelas
limitações no aprendizado e outras habilidades adaptativas. A síndrome de
Down (alteração genética) é expressa por características físicas detectáveis
facilmente, entretanto a maior parte das situações de deficiência intelectual não
tem manifestações perceptíveis. As pessoas com deficiência intelectual
desenvolvem suas habilidades com atenção em saúde e habilitação, educação
inclusiva, oportunidades de participação nas atividades sociais, inclusive nas
de trabalho;
--deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências
Entre as possíveis situações de deficiência múltipla encontra-se a paralisia
cerebral, diagnóstico referente à lesão cerebral adquirida que pode afetar os
movimentos, a visão, a audição, a função cognitiva, em diferentes associações.
Algumas pessoas têm grande autonomia, ao passo que outras necessitam de
cuidados permanentes em todas as áreas da vida. Devido a essa situação
severa, elas são vítimas frequentes de violência, abandono e maus-tratos.
A partir da Lei 12764/2012, as pessoas com transtorno do espectro autista
(TEA) passaram a ser consideradas pessoas com deficiência. Elas apresentam
deficiência significativa na comunicação e na interação social (BRASIL, 2012).
Os casos podem variar desde não aprender a falar e ter deficiência intelectual
profunda até não ter deficiência intelectual e conviver na comunidade, seguindo
suas próprias rotinas. Também se caracterizam por comportamento repetitivo
(balançar o corpo, as mãos, gritar) e áreas restritas de interesse.
No texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva fica bem claro que não deve haver currículo adaptado para o aluno com deficiência. O currículo deve ser o mesmo para todos. As estratégias pedagógicas é que devem ser diversificadas o máximo possível. Isso beneficiará não só as PcD, mas a todo o alunado. O que não dá é para criar um plano homogêneo para uma turma supostamente homogênea e, em separado, submeter o aluno com deficiência a atividades que não o desafiem e impulsionem seu desenvolvimento, como por exemplo: pintar folhas com desenhos mimeografados; cobrir linhas pontilhadas; dar bolinhas de algodão para ele colar; etc. Isso acaba "idiotizando" ainda mais o aluno. Ao contrário, o professor deve incentivar as atividades em grupo em que alunos mais experientes ajudem aos que tenham mais dificuldade, que dentro do sistema montessoriano designa-se por agrupadas. Assim, além de promover um melhor equilíbrio entre a turma, estará sensibilizando-a para a solidariedade, a amizade e o respeito às diferenças, princípio muito valorizado no sistema montessoriano.
A realidade escolar traz a todo instante estes alunos que anteriormente eram invisíveis às escolas e à sociedade. Em minha trajetória profissional tive a oportunidade de trabalhar em sala de aula com alunos portadores de necessidades educativas que me estimularam a busca e aperfeiçoamento para atendê-los. Foi um período árduo e conflitante que exigiu esforço e estratégicas pedagógicas diferenciadas e inovadoras, algumas com êxito e outras frustrantes.
Tem se falado bastante com relação aos direitos e necessidades de pessoas com necessidades educacionais especiais A inclusão social iniciou na escola, pois a educação é um direito e é para todos. E, escola ideal é a que ensina à todos.Em 2008, o Ministério da Educação, estabeleceu a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. A política inclusiva não recomenda que o professor faça formação tornando-se especialista nesta área, porque em toda escola é obrigatório a sala do AEE (Atendimento Educacional Especializado). Ao professor cabe receber orientações e informações práticas e básicas que o instrumentalize no atendimento aos alunos de inclusão. Professor capacitado é diferente de professor especializado e a cada um cabe uma função específica.

Referência:
portal.mec.gov.br/16690; Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Boa Noite!!!
ResponderExcluirEstive lendo teu texto e achei bem interessante, somente achei estranho fizeste duas citações mas elas não conferem com tua referência pois colocaste dois anos diferentes é do mesmo portal? Outra coisa que notei não colocaste o marcador na tua publicação para saber qual interdisciplina.
Abraços
Jaqueline Rosa