quinta-feira, 27 de julho de 2017

Conviver para despertar o aprender


Iniciei os trabalhos neste ano letivo(2017) como sempre faço em uma turma do 5° ano, provocando-os a conceituar as disciplinas antes de iniciar os conteúdos. E, nestas provocações, em que reflexões, palpites e auxiliados pelo nosso "amigo" (é assim que o chamo) dicionário, a turma constatou que ao conceituar as disciplinas de História, Geografia e Filosofia, traziam em seus conceitos como ciência.
Ciência é conhecimento, conjunto de saberes que se aplica nos estudos ou a prática quando se mergulha em qualquer aprendizado. Portanto ciência é vida, é curiosidade que instiga e promove conhecimento em diversas áreas do conhecimento.E a partir daí, iniciamos nossos diálogos e debates sobre os assuntos propostos no plano de estudos. 
Em todas as disciplinas propus novas abordagens e contornos nas diferentes áreas do conhecimento, e sempre que possível estimulei-os a transdisciplinaridade, fato que os instigaram e por vezes interrompiam perguntando: "mas nós estamos estudando Ciências, por que tu está perguntando estas coisas de Português, profe?"
Nestes momentos respondia: "precisamos usar o conhecimento prévio das demais disciplinas e fazê-las andarem juntas. Afinal, não é para isto que aprendemos?" E seguia a aula explicando e dando sentido as interrupções, mostrando que o que se aprende em Português, por exemplo, deve ser exercitado nos textos das demais disciplinas e vice versa.
Antes das férias 3 alunos surpreenderam- me com o seguinte comentário: " durante os meses que se passaram aprendemos contigo mais que nos últimos anos estudados. Agora entendemos porque ( por exemplo) o dicionário que só usávamos em Português faz toda a diferença quando o usamos nas demais disciplinas. Tu faz as coisas chatas parecerem legais." E as demais crianças foram tecendo comentários positivos ao comentário dos 3 alunos. 
A maneira como olhamos e decidimos nossa prática, influenciará direta ou indiretamente como nossos alunos olham para a aprendizagem. Estar em sala de aula me possibilita tocar, influenciar e até mesmo mudar a percepção dos meus alunos.  
Este fato trouxe a minha memória, algo que quando tinha 14 anos e morava em Santa Cruz do Sul, e ao ver o filme "Ao mestre com carinho" decidiu minha trajetória docente: FAZER A DIFERENÇA. Naquela época desconhecia a tal resiliência humana presente em minha prática, mas ela já me conhecia. 
E hoje, somos velhas companheiras.


Imagem relacionada


Nenhum comentário:

Postar um comentário