segunda-feira, 26 de março de 2018

Aquisição da linguagem e escrita

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Segundo Leslie Hart, "ensinar sem levar em conta o funcionamento do cérebro seria como tentar desenhar uma luva sem considerar a existência da mão." A aquisição da aprendizagem compreende vários aspectos: motor, cognitivo, emocional e neural.
A disciplina Linguagem e Educação trata do processo do aprendizado da escrita e leitura. Esta, visa examinar os conceitos de alfabetização e letramento e as intervenções didático pedagógicas, assim como, realizar o levantamento de hipóteses que envolvem a oralidade.
A decodificação e apropriação dos símbolos da escrita tem sido um desafio que constantemente nos faz refletir quando estamos em sala de aula e em nosso cotidiano.

 Acreditava-se que para a criança aprender a ler e a escrever, não era preciso ter a maturidade necessária e antes desenvolver a coordenação motora fina, as percepções: visual, auditiva, olfativa e tátil, a linguagem oral, a coordenação visomotora e espacial, lateralidade e direcionalidade. Aprendia-se pela mera repetição de estímulos visuais, orais e reprodução de símbolos não internalizados.
Constata-se nos ambientes escolares que dificuldades de preensão do lápis infuenciam neste aprendizado, pois as crianças desenvolvem tardiamente esta aderência. 
São inúmeros os fatores que influencia, despertam ou distanciam este aprendizado e, neste trâmite o diálogo entre as neurociências e as práticas clínicas e educacionais tentam conciliar e apontar direcionamentos e alternativas para que seja assegurado o aprendizado.
A neuropsicologia pontua que para aprender são necessárias inúmeras conexões neurais, e,“o cérebro funciona como uma orquestra, em que o trabalho de cada parte deve ser visto como um todo. Para isso, usamos diferentes áreas anatômicas que executam tarefas independentes, mas com objetivos comuns”, segundo Segundo a neuropsicóloga Sylvia Maria Ciasca, professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), todo mundo aprende, de uma forma ou de outra. “Aprender é mais do que adquirir informação, é uma mudança de comportamento. Significa todo um processo a ser seguido em etapas de desenvolvimento. Aprender requer o recriar, nos tornar capazes e [também nos possibilita] rever a história de uma forma própria. E esse tipo de aprendizagem faz-se em todas as pessoas”, informa Sylvia, que também é coordenadora do Laboratório de Distúrbios de Ela também afirma que todo mundo aprende, de uma forma ou de outra. “Aprender é mais do que adquirir informação, é uma mudança de comportamento. Significa todo um processo a ser seguido em etapas de desenvolvimento. Aprender requer o recriar, nos tornar capazes e, também nos possibilita, rever a história de uma forma própria. E esse tipo de aprendizagem faz-se em todas as pessoas”. 
Mas se o cérebro possui uma estrutura tão complexa e preparada para aprender, por que muitas crianças apresentam dificuldade na escola? 
Os especialistas explicam que diversos fatores interferem no processo de aprendizagem, como o estímulo, a motivação e o ambiente no qual o aluno está inserido. “A dificuldade de aprendizagem é algo adquirido, por isso, diversas áreas do cérebro precisam ser estimuladas. Às vezes temos a competência, mas não temos a habilidade. Com a estimulação, o cérebro possibilita a ampliação das redes neurais, então podemos nos apropriar desse conhecimento”, comenta a neuropsicóloga.
Já a dificuldade escolar tem origem pedagógica e está relacionada a problemas no método e na estrutura de ensino, na adequação escolar e em aspectos emocionais, além de dificuldades socioeconômicas, culturais e no meio onde a criança vive.
Os estímulos de toda ordem devem estar presentes, concomitante ao ambiente favorável ao aprendiz, levando em conta o funcionamento e a neuroplasticidade do cérebro.
O que se conhece a respeito do cerébro e de seu funcionamento, é retirado de pesquisas com pessoas que têm acesso à leitura e foram alfabetizadas desde crianças. As funções do cérebro e as regiões dele onde ocorrem mais conexões neuronais refletem a influência da formação cultural e educacional dos seres humanos. Porém, pouco se conhece a respeito de como as áreas do cérebro se comportam quando pessoas que nunca tiveram acesso à leitura passam a conhecer as letras e a identificar palavras e frases. 

O aprendizado da leitura é um evento importante na vida das crianças e de adultos, capaz de alterar a anatomia do cérebro e ativar funções ainda adormecidas. Mesmo que a leitura seja uma inovação cultural recente na história da humanidade, e que em muitas sociedades a tradição da oralidade ainda prevalece, reconhece-se que os processos de leitura podem ativar novas conexões no cérebro. Como a leitura e a escrita apareceram há aproximadamente 5 mil anos, tempo curto para ter influenciado a genética do cérebro, o desenvolvimento dessas habilidades podem atuar reciclando antigas funções do cerébro, utilizadas para outras atividades, para novos usos ou funções.

A alfabetização aumenta a consciência das pessoas a respeito dos fonemas, que correspondem ao som das letras que permite diferenciá-las. O conhecimento das letras e a leitura deixam o nosso cerébro mais dinâmico, ativando diversas áreas cerebrais, relacionando a audição e a visão às respostas do nosso cérebro. 
A aquisição desta aprendizagem e seu aprimoramento ocorre ao longo da existência de todo ser humano que etá em constante evolução e descoberta.
Somos seres inacabados em busca de algo a mais...
Mais conhecimento, aprendizagens e descobertas. 
Referência:
ReabNeuro
Ciasca, Sylvia Maria, neuropsicóloga e professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


  


Um comentário:

  1. Olá, muito bom às teorias que trouxestes, para explicar a aquisição da linguagem. A criança passa por diferentes etapas (choro, balbucio, apontar) até adquirir a linguagem, umas demoram mais que outras.
    Abraços

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