terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Concepções teóricas


 Teorias da  construção do conhecimento e da linguagem


Quem exerce uma prática ou intervenção pedagógica com bases teóricas , seguramente , realizará uma mediação mais eficaz no seu educando, e especialmente em situações de dificuldades de aprendizagem relacionadas com a linguagem.
Não é mera coincidência que a palavra teoria, de origem grega, quer dizer aquilo que vem do olhar, ou seja, aquilo que vem, pois, da observação, princípio básico, como sabemos, da ciência. Vygotsky e Piaget serviram-se de alguns passos geridos pela ciência para seus pressupostos científicos e formulação de suas teorias. 
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) e Jean Piaget (1896-1980) foram dois grandes teóricos que refletiram e construíram teorias em torno da aquisição do conhecimento e da linguagem. 
Vamos conhecer um poucos destes estudiosos: Jean Piaget formou-se como Psicólogo, Filósofo, Educador, Biólogo, em sua teoria ele nos diz que o desenvolvimento dá-se pela evolução genética e contato com o meio. Lev Vygotsky nasceu em Orsha na Bielorrússia formou-se em Direito, Literatura e partiu para a Pscicologia, na sua  teoria, assim como na anterior, evolução do conhecimento dá-se através de um processo sócio-histórico através da interação do sujeito com o meio.
Quanto a construção da linguagem, Piaget nos diz que este processo se inicia no 2º estágio do desenvolvimento chamado de Pré-operatório, para ele o desenvolvimento cognitivo vem antes. 
Vigotski, defende que a linguagem e o cognitivo desenvolvem-se juntos e com a aquisição da linguagem o desenvolvimento cognitivo também avança com mais facilidade.
No que diz respeito a aquisição do conhecimento, para  Vygotski, este processo ocorre na interação com o meio e de fora para dentro, mas neste processo o sujeito é ativo na internalização de novas aprendizagens. Piaget nos diz que os seres humanos possuem esquemas inatos e na interação com o meio constroem novos esquemas.
As duas teorias descrevem a criança como um ser ativo interacionista, habilitado para constantemente gerar novas hipóteses na horizontalidade do saber, das trocas na aprendizagem.
Observa -se algumas semelhanças entre as teorias de Vygotsky e Piaget:
- ensino de acordo com o nível da criança,
- interessam-se pela gênese dos processos psicológicos,
- imaginação surge da imaginação,
- discurso egocêntrico é o ponto de partida do discurso interior,
- opõem-se as teorias empiristas,
- empregam métodos qualitativos,
- defendem que a imaginação surge da ação,
- são interacionistas e construtivistas.



Torna-se mais acessível a compreensão de alguns processos em sala de aula, quando reflito sobre estas teorias, pois estas servem de base e amparo à visibilidade pedagógica adotada na escolha do planejamento das atividades. Levar em conta os aspectos abordados nas teorias de Piaget e Vygotsky, nos leva a olhar para o aluno como um ser social, que apreende e aprende ao longo da vida com as suas vivências, na relação e interação com o outro, e que constrói significados à medida que vai tendo experiências e contatos com a cultura em que se insere. Dentro deste processo, o papel do professor é ser mediador entre o aluno (ser social) e o mundo levando-o a atingir o que lhe é de direito, outras aprendizagens.

Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.

MONTOYA, Adrián Oscar Dongo. Pensamento e linguagem: percurso piagetiano de investigaçãoPsicol. estud., Abr 2006, vol.11, no.1.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos; DAVIS, Claudia. Psicologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 10 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O despertar

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"Se olharmos para fora, sonharemos...mas se voltarmos o olhar para dentro de nós acordaremos." Carl Gustav Jung


Como profissional da área da educação, norteei a objetividade do trabalho desenvolvido nas áreas afins do conhecimento, segundo o currículo do ambiente escolar que estava inserida. Concomitante, empreguei esforços à assertividade e pluralidade do pensamento reflexivo junto aos alunos que inicialmente encontravam dificuldade de explicitar uma linha de raciocínio lógico e argumentativo sobre assuntos diversos e curriculares. Ao longo das aulas, íamos construindo uma convivência escolar, um conhecendo o outro, e crescendo no empoderamento das ideias compartilhadas em grupo.

Este dinamismo alicerçou e alavancou meu trabalho e imprimiu contornos ao meu perfil profissional.  Esta reflexão sobre a diretriz de meu trabalho, segue as pegadas do célebre educador brasileiro, Paulo Freire ( 1921- 1997) que ressaltava como objetivo da escola, ensinar o aluno a "ler o mundo" para transformá-lo. 
E como ser agente transformador sem reformar e reestruturar as próprias ideias e consciências?
Como olhar o mundo ( universo fora de nós mesmos) e suas ideias preconcebidas com criticidade, sem voltarmos o olhar para dentro de nós mesmos, com o intuito de despertar nossas próprias consciências? 
Reformar ou reformular o externo exige a honestidade da exigência de novos parâmetros  antológicos para acordar ou despertar novos posicionamentos reflexivos e assertivos.
A elaboração destas atitudes profissionais levou - me a maior de todas as reformas, a pessoal.
Olhar meu universo pessoal e desbravá - lo com uma profunda honestidade guiada por uma lupa à consciência e mazelas enraizadas a minha historia pessoal, é fruto também de tudo que desenvolvi em sala de aula.
 É fruto da leitura de mundo pessoal  e também do olhar para dentro de mim mesma , para sair do sonho de que tudo que julgava  "estar bem", para acolher minha realidade pessoal e transformá - la em vida, tal e qual ela é. Dar novos contornos e reeditá -la, assim como, meu perfil profissional. 
Ao escrever esta reflexão, lembrei do olhar dos meus alunos e de todos os feedbcks recebidos em sala de aula quando diziam ter "aprendido" comigo muito mais do que nos últimos anos em sala de aula...desconhecendo que o relato desta epifania (súbita sensação de entendimento, compreensão da essência de algo) está diretamente relacionada a  todos os momentos de convivência, longas conversas e risadas.
Eles julgaram ter recebido muito de mim, mas a maior beneficiada fui eu.

  Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.... Frase de Antoine de Saint-Exupery.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

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Desde a origem da raça humana, as pessoas diferem entre si. A diversidade manifesta-se, por exemplo, na distinção entre homens e mulheres, nas etapas do ciclo da vida e na própria fragilidade humana, fatores que podem determinar limitação no desempenho de algumas atividades. Como consequência da supervalorização da capacidade física, sensorial e cognitiva, as pessoas com deficiência enfrentaram a eliminação, a exclusão, e muitas formas de segregação como prova do preconceito, da discriminação e da desvalorização de suas vidas. Em todas as situações manifesta-se a opressão sobre os indivíduos de grupos minoritários em situação de vulnerabilidade. Da invisibilidade à convivência na sociedade, houve uma longa trajetória representada pelas medidas caritativas e o assistencialismo, correspondentes a ações imediatistas e desarticuladas, que mantiveram as pessoas com deficiência isoladas nos espaços da família ou em instituições de confinamento.
Na legislação brasileira, os diferentes tipos de deficiência estão categorizados no Decreto nº 5.296/2004 como: deficiência física, auditiva, visual, mental (atualmente intelectual, função cognitiva) e múltipla, que é a associação de mais de um tipo de deficiência (BRASIL, 2004).
Enquadram-se nas categorias do Decreto nº 5.296/2004: 
--deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. A deficiência física compreende as condições de dificuldade na marcha, na sustentação e no equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação dos membros superiores, em graus diferentes de comprometimento, como paralisia (plegia) e falta de força (paresia);
--deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 600; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores” As pessoas com deficiência visual podem ser cegas ou apresentar baixa visão. Nos casos de baixa visão, as pessoas se beneficiam com imagens e letras ampliadas e próximas, com bom contraste de cores, entre o fundo e a imagem. As pessoas cegas e as com baixa visão usam bengalas para evitar obstáculos e perigos e para direcionar seu deslocamento; os pisos táteis facilitam sua mobilidade;
--deficiência mental, leia-se intelectual: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 1. comunicação; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização dos recursos da comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades acadêmicas; 7. lazer; e 8. trabalho”. Cabe ressaltar que a deficiência intelectual refere-se ao aspecto cognitivo e não se confunde com o transtorno ou doença mental. Outra observação importante é o fato de haver graus de deficiência intelectual definidos pelas limitações no aprendizado e outras habilidades adaptativas. A síndrome de Down (alteração genética) é expressa por características físicas detectáveis facilmente, entretanto a maior parte das situações de deficiência intelectual não tem manifestações perceptíveis. As pessoas com deficiência intelectual desenvolvem suas habilidades com atenção em saúde e habilitação, educação inclusiva, oportunidades de participação nas atividades sociais, inclusive nas de trabalho;
--deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências Entre as possíveis situações de deficiência múltipla encontra-se a paralisia cerebral, diagnóstico referente à lesão cerebral adquirida que pode afetar os movimentos, a visão, a audição, a função cognitiva, em diferentes associações. Algumas pessoas têm grande autonomia, ao passo que outras necessitam de cuidados permanentes em todas as áreas da vida. Devido a essa situação severa, elas são vítimas frequentes de violência, abandono e maus-tratos. A partir da Lei 12764/2012, as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) passaram a ser consideradas pessoas com deficiência. Elas apresentam deficiência significativa na comunicação e na interação social (BRASIL, 2012). Os casos podem variar desde não aprender a falar e ter deficiência intelectual profunda até não ter deficiência intelectual e conviver na comunidade, seguindo suas próprias rotinas. Também se caracterizam por comportamento repetitivo (balançar o corpo, as mãos, gritar) e áreas restritas de interesse.
No texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva  fica bem claro que não deve haver currículo adaptado para o aluno com deficiência. O currículo deve ser o mesmo para todos. As estratégias pedagógicas é que devem ser diversificadas o máximo possível. Isso beneficiará não só as PcD, mas a todo o alunado. O que não dá é para criar um plano homogêneo para uma turma supostamente homogênea e, em separado, submeter o aluno com deficiência a atividades que não o desafiem e impulsionem seu desenvolvimento, como por exemplo: pintar folhas com desenhos mimeografados; cobrir linhas pontilhadas; dar bolinhas de algodão para ele colar; etc. Isso acaba "idiotizando" ainda mais o aluno. Ao contrário, o professor deve incentivar as atividades em grupo em que alunos mais experientes ajudem aos que tenham mais dificuldade, que dentro do sistema montessoriano designa-se por agrupadas. Assim, além de promover um melhor equilíbrio entre a turma, estará sensibilizando-a para a solidariedade, a amizade e o respeito às diferenças, princípio muito valorizado no sistema montessoriano.
A realidade escolar traz a todo instante estes alunos que anteriormente eram invisíveis às escolas e à sociedade. Em minha trajetória profissional tive a oportunidade de trabalhar em sala de aula com alunos portadores de necessidades educativas que me estimularam a busca e aperfeiçoamento para atendê-los. Foi um período árduo e conflitante que exigiu esforço e estratégicas pedagógicas diferenciadas e inovadoras, algumas com êxito e outras frustrantes.
Tem se falado bastante com relação aos direitos e necessidades de pessoas com necessidades educacionais especiais A inclusão social iniciou na escola, pois a educação é um direito e é para todos. E, escola ideal é a que ensina à todos.Em 2008, o Ministério da Educação, estabeleceu a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. A política inclusiva não recomenda que o professor faça formação tornando-se especialista nesta área, porque em toda escola é obrigatório a sala do AEE (Atendimento Educacional Especializado). Ao professor cabe receber orientações e informações  práticas e básicas que o instrumentalize no atendimento aos alunos de inclusão. Professor capacitado é diferente de professor especializado e a cada um cabe uma função específica.
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Referência:
portal.mec.gov.br/16690; Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação




segunda-feira, 16 de abril de 2018

EJA

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A educação como direito deve ser estendida e garantida a todos, em detrimento a faixa etária que estiver o aprendente. Para suprir esta lacuna, esta demanda, surgiu a EJA ( Educação de Jovens e Adultos).
A Educação de Jovens e adultos (EJA) é uma modalidade que ultrapassa o ato de ler e escrever, por essa razão, envolve questões complexas sobre as quais a sociedade e os educadores devem refletir de forma crítica. Os alunos jovens e adultos precisam aprender de forma contextualizada e com vivências que se aproximem mais de sua realidade cotidiana, bem como, desenvolver o senso crítico e a reflexão. Dessa forma poderão adquirir competências e habilidades e, resgatar suas vivências e conhecimentos prévios, valorizando o que já sabem e incorporando os saberes escolares a sua rotina de forma a integrá-los na sociedade letrada exercendo seu papel cidadão.
Nosso encontro na interdisciplina que aborda este assunto,foi como um divisor de águas rompendo com equívocos por mim estruturados, trazendo informações precisas e esclarecedoras sobre a aprendizagem que acontece nesta modalidade.
Como não tive a oportunidade de trabalhar ou observar uma turma com este formato de ensino-aprendizagem, pressupus que era só usar os recursos e metodologias aplicadas à alfabetização dos anoa iniciais.
PRESSUPOSTO EQUIVOCADO.
A EJA (Educação de Jovens e Adultos) é uma modalidade educacional institucionalizada por lei, direcionada a indivíduos que não tiveram o acesso por algum motivo a apropriação do ensino em idade própria. Entretanto, apesar dessa condição, são pessoas que possuem sua cultura, seu conhecimento prévio, aspectos que devem ser considerados ao planejamento  desta modalidade. Podemos compartilhar a ideia da importância indiscutível de saber ler e escrever por parte desses educandos. “Adultos em alfabetização, não adultos analfabetos” (MOLL, 2004), e a partir disso estabelecer uma dinâmica de aprendizagem que envolva um processo de reflexão, criticidade, com a leitura de mundo, pelo universo de códigos escritos ou pelas tradições orais que fazem parte da cultura desses indivíduos, como elucida Jaqueline Moll.
O papel do professor é de fundamental importância, para a mediação no processo de reingresso e readaptação do aprendente às turmas de Educação de Jovens e Adultos. Contudo, esse professor/a que orientará a aprendizagem, necessita também ser comprometido de tal forma que identifique as habilidades e competências, o potencial desse estudante, possibilitando o sucesso dessa aprendizagem significativa, ajudando a reescrever sua história de vida.
Se de um lado temos, infelizmente, muitos jovens e adultos fora da escola, por outro vivemos sobre a exigência da sociedade do conhecimento que acirra a competitividade num mundo onde a tecnologia exige maior capacitação para o mercado de trabalho. Por esse motivo, os educadores que trabalham com a educação de jovens e adultos precisam compreender que para eles a escola é muito mais que ler e escrever, é uma oportunidade de resgatar sua história, reconstruir o seu presente e planejar o seu futuro, conquistando seus direitos e acabando com a exclusão.









segunda-feira, 26 de março de 2018

Trabalho Integrado


                   
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A didática, teoria pedagógica, estuda e ensina como transformar o saber, ou seja, a este fenômeno designou-se de pedagogização do saber científico.

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É uma teoria que visa prover respostas a demandas apresentadas sobre o desenvolvimento da prática no dia a dia da sala de aula, envolvendo um saber tecnológico e empírico, que implique técnicas e regras sobre como ensinar.
Os sábios gregos já diziam: "dá-me uma sala de aula e mudarei o mundo", eu acresço, ainda que seja o mundo de um único aluno. Este sempre foi meu propósito quando entro em sala de aula, transformar, ampliar o olhar e a concepção dos alunos. Provocá-los e desafiá-los a ter uma nova concepção a respeito da aprendizagem dos conteúdos propostos na grade curricular. Meu maior desafio!
Em meu currículo pessoal consta inúmeros relatos de vitórias e fracassos, vezes que venci e fui vencida pela não correspondência principalmente da família que não conseguia percorrer e insistir o planejamento que o núcleo (rede) de apoio estabeleceu para o melhor desempenho escolar do aluno. Como exemplo cito uma aluna do 3°ano da rede estadual de ensino (2014) que não sabia ler, escrever e se ausentava por longos períodos da escola. Esta aluna fez alguns progressos, porém não estava apta a avançar para o 4°ano.
Dos êxitos, relato o que a turma do 5°ano durante a aula de matemática disse que a maneira como apresentava o conteúdo era muito "legal" e eles se mantinham interessados.
Isto me fez e faz pensar na maneira como ensino. Usando métodos convencionais ou inventivos para contemplar as necessidades educativas de cada turma é um instigante desafio. Pensar em metodologia, na didática formal ou informal baseada nos pressupostos e referencial teórico, faz toda a diferença. Levar em conta as diferenças e jamais esquecer que a melhor didática aplicada em sala de aula é o respeito e a escuta ao aluno e gostar MUITO do que se faz, estar por inteiro na presença dos seus alunos.
Minha "raiz" de trabalho é montessoriana e esta raiz se alimenta também de outras fontes que visem a melhor execução do trabalho e desempenho do centro do processo ensino-aprendizagem.
Por isto afirmo: trabalho com o que gosto e gosto do que faço.
 
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Aquisição da linguagem e escrita

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Segundo Leslie Hart, "ensinar sem levar em conta o funcionamento do cérebro seria como tentar desenhar uma luva sem considerar a existência da mão." A aquisição da aprendizagem compreende vários aspectos: motor, cognitivo, emocional e neural.
A disciplina Linguagem e Educação trata do processo do aprendizado da escrita e leitura. Esta, visa examinar os conceitos de alfabetização e letramento e as intervenções didático pedagógicas, assim como, realizar o levantamento de hipóteses que envolvem a oralidade.
A decodificação e apropriação dos símbolos da escrita tem sido um desafio que constantemente nos faz refletir quando estamos em sala de aula e em nosso cotidiano.

 Acreditava-se que para a criança aprender a ler e a escrever, não era preciso ter a maturidade necessária e antes desenvolver a coordenação motora fina, as percepções: visual, auditiva, olfativa e tátil, a linguagem oral, a coordenação visomotora e espacial, lateralidade e direcionalidade. Aprendia-se pela mera repetição de estímulos visuais, orais e reprodução de símbolos não internalizados.
Constata-se nos ambientes escolares que dificuldades de preensão do lápis infuenciam neste aprendizado, pois as crianças desenvolvem tardiamente esta aderência. 
São inúmeros os fatores que influencia, despertam ou distanciam este aprendizado e, neste trâmite o diálogo entre as neurociências e as práticas clínicas e educacionais tentam conciliar e apontar direcionamentos e alternativas para que seja assegurado o aprendizado.
A neuropsicologia pontua que para aprender são necessárias inúmeras conexões neurais, e,“o cérebro funciona como uma orquestra, em que o trabalho de cada parte deve ser visto como um todo. Para isso, usamos diferentes áreas anatômicas que executam tarefas independentes, mas com objetivos comuns”, segundo Segundo a neuropsicóloga Sylvia Maria Ciasca, professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), todo mundo aprende, de uma forma ou de outra. “Aprender é mais do que adquirir informação, é uma mudança de comportamento. Significa todo um processo a ser seguido em etapas de desenvolvimento. Aprender requer o recriar, nos tornar capazes e [também nos possibilita] rever a história de uma forma própria. E esse tipo de aprendizagem faz-se em todas as pessoas”, informa Sylvia, que também é coordenadora do Laboratório de Distúrbios de Ela também afirma que todo mundo aprende, de uma forma ou de outra. “Aprender é mais do que adquirir informação, é uma mudança de comportamento. Significa todo um processo a ser seguido em etapas de desenvolvimento. Aprender requer o recriar, nos tornar capazes e, também nos possibilita, rever a história de uma forma própria. E esse tipo de aprendizagem faz-se em todas as pessoas”. 
Mas se o cérebro possui uma estrutura tão complexa e preparada para aprender, por que muitas crianças apresentam dificuldade na escola? 
Os especialistas explicam que diversos fatores interferem no processo de aprendizagem, como o estímulo, a motivação e o ambiente no qual o aluno está inserido. “A dificuldade de aprendizagem é algo adquirido, por isso, diversas áreas do cérebro precisam ser estimuladas. Às vezes temos a competência, mas não temos a habilidade. Com a estimulação, o cérebro possibilita a ampliação das redes neurais, então podemos nos apropriar desse conhecimento”, comenta a neuropsicóloga.
Já a dificuldade escolar tem origem pedagógica e está relacionada a problemas no método e na estrutura de ensino, na adequação escolar e em aspectos emocionais, além de dificuldades socioeconômicas, culturais e no meio onde a criança vive.
Os estímulos de toda ordem devem estar presentes, concomitante ao ambiente favorável ao aprendiz, levando em conta o funcionamento e a neuroplasticidade do cérebro.
O que se conhece a respeito do cerébro e de seu funcionamento, é retirado de pesquisas com pessoas que têm acesso à leitura e foram alfabetizadas desde crianças. As funções do cérebro e as regiões dele onde ocorrem mais conexões neuronais refletem a influência da formação cultural e educacional dos seres humanos. Porém, pouco se conhece a respeito de como as áreas do cérebro se comportam quando pessoas que nunca tiveram acesso à leitura passam a conhecer as letras e a identificar palavras e frases. 

O aprendizado da leitura é um evento importante na vida das crianças e de adultos, capaz de alterar a anatomia do cérebro e ativar funções ainda adormecidas. Mesmo que a leitura seja uma inovação cultural recente na história da humanidade, e que em muitas sociedades a tradição da oralidade ainda prevalece, reconhece-se que os processos de leitura podem ativar novas conexões no cérebro. Como a leitura e a escrita apareceram há aproximadamente 5 mil anos, tempo curto para ter influenciado a genética do cérebro, o desenvolvimento dessas habilidades podem atuar reciclando antigas funções do cerébro, utilizadas para outras atividades, para novos usos ou funções.

A alfabetização aumenta a consciência das pessoas a respeito dos fonemas, que correspondem ao som das letras que permite diferenciá-las. O conhecimento das letras e a leitura deixam o nosso cerébro mais dinâmico, ativando diversas áreas cerebrais, relacionando a audição e a visão às respostas do nosso cérebro. 
A aquisição desta aprendizagem e seu aprimoramento ocorre ao longo da existência de todo ser humano que etá em constante evolução e descoberta.
Somos seres inacabados em busca de algo a mais...
Mais conhecimento, aprendizagens e descobertas. 
Referência:
ReabNeuro
Ciasca, Sylvia Maria, neuropsicóloga e professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


  


sexta-feira, 16 de março de 2018

O caos pessoal muitas vezes vai imprimindo marcas negativas que sinalizam à desistência e sem vislumbrar um lampejo de esperança, o cansaço das árduas lutas pessoais faz arrefecer o desejo de continuar. 
Uma força e vontade interior, insurge a mover-nos à não desistência e a cada passo dado a mente se ilumina e as oportunidades aparecem. Sem levar em consideração quantas vezes perdido ficou no caminho, esse aprendizado é sem dúvida valioso.
A vida é movimento e, se não agirmos dessa forma ficaremos relegados ao ostracismo de quem não entende que persistir é fundamental e, que não há espaço para a palavra rendição.
A retomada das atividades acadêmicas, o encontro com aqueles que têm por objetivo não somente concluir a graduação mas conectar-se estreitamente com a Educação, renova o desejo de buscar inspiração para ir ao encontro do novo e de todo conhecimento a ser desbravado.            

“Basta dar o primeiro passo e o restante do caminho vai surgindo enquanto você caminha”.
 – Martin Luther King 
Que assim seja!

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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Compartilhando Experências

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"Não luto para sobrepor minha raça, apenas combato a desigualdade de direitos e no tratamento. Nem melhor nem pior, apenas IGUAIS." (autoral) 
Escolhi trabalhar a abordagem da questão racial como conteúdo multidisciplinar durante o ano letivo, porque entendo que esta temática não é para um único momento, e sim um tema transversal que se manifestará em momentos previamente planejados e também no dia a dia em que as diversas circunstâncias exigem à reflexão.
Trabalho com uma turma do 5°ano e o planejamento das atividades foram acontecendo paulatinamente no transcorrer do ano letivo, nos momentos em que trabalhei os conteúdos estabelecidos no Plano de Estudos , pelo setor pedagógico da escola.
Atividade inicial: no primeiro dia de aula, os alunos foram levados à quadra e sentados em círculo, jogavam uma bola para algum colega e este se apresentava. Eu iniciei me apresentando para estimulá-los, Dentro desta proposta cada um deveria dizer: nome, idade, raça e algo que considera positivo e/ou negativo em sua personalidade.
Após, fomos à sala de aula e trabalhamos a poesia "O nome da gente" de Pedro Bandeira (Português) e realizamos o autorretrato que foi fixado na parede do fundo da sala. Os alunos foram estimulados a contar a história da escolha do seu nome.
Fizemos um gráfico (Matemática) a partir do reconhecimento racial de cada um. Quando este levantamento foi realizado, alguns alunos sinalizaram que seus colegas eram negros (segundo o seu entendimento). Os alunos que não se reconheceram ficaram em silêncio e eu mediei a situação.
Vimos a história e a tragetória dos africanos ao chegar no Brasil (História) e o país de origem (Geografia). Na sequência fizemos debates e análise de situações denunciadas por preconceito (Filosofia) e apresentei a música Kothbiro de Ayub. Quando estudamos os Sistemas ( respiratório, excretor, etc) vimos que sob o ponto de vista orgânico somos todos iguais. Compartilho a fala de um aluno, que disse que se fôssemos cortados o sangue que escorreria de todos que ali estavam, seria igual. Este comentário surtiu uma belíssima reflexão em que quase todos da sala emitiram sua opinião e contribuição.
No decorrer do ano letivo, fizemos uma análise sobre a data 13 de maio e assistimos o vídeo Amazing Grace no YouTube que sacudiu a turma, pois traz imagens do filme "12 anos de escravidão". Muitos alunos demonstraram entristecimento ao ver as cenas do vídeo que demonstravam como os negros eram maltratados e desrespeitados. 
Fizemos uma apresentação no Momento Cultural da escola que concluiu com uma oficina de cuidados ao cabelo étnico. Este momento recebeu o título de "Meu cabelo...minhas regras", e todos que nos procuraram  receberam cuidados aos seus cabelos. Para este momento, levei produtos especificamente para o cabelo étnico (creme para pentear, gelatina capilar, gel, spray com água e hidratante capilar, etc). Este momento foi muito apreciado pelos alunos de toda a escola, assim como a apresentação que fizemos. 
E como culminância, assistimos o filme "O contador de histórias" (produção brasileira) que resultou em um projeto "Senta que lá vem história", aplicado na turma do Integral na escola. Neste projeto os alunos escolheram uma história e turma escolheu a área de atuação. Uns escolheram participar do grupo de teatro que dramatizou a história, outros ficaram na produção de materias para a contação e apresentação, outros optaram em realizar oficina de criação artística ( desenho, pintura, recorte e massinha de modelar) e outros ficaram encarregados de organizar as brincadeiras na quadra.
Foi um momento gratificante para todos  e alguns pais teceram comentários positivos sobre o projeto. O SOP, a professora da turma do Integral e seus alunos agradeceram e elogiaram a organização da nossa turma. A diretora também reconheceu a disponibilidade e desenvoltura da nossa turma.

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Referências:
Link: https://www.letras.mus.br/ayub-ogada/1447618/traducao.html, música Kothbiro, Ogada, Ayub
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dutQVzzsv0U, música Amazing Grace
https://www.youtube.com/watch?v=XXGPAFp3PC0

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

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A completude da ética é o caminho para a construção de uma educação sedimentada em valores morais e primordial à formação do aluno livre e crítico.
 Libâneo (1998, p 64), afirma que a escola com a qual sonhamos deve assegurar a todos a formação que ajude o aluno a transformar-se em um sujeito pensante, capaz de utilizar seu potencial de pensamento na construção e reconstrução de conceitos, habilidades e valores. A ética pode ser aprendida através da convivência e a interação entre o professor, o aluno e o meio em que estes estão inseridos a práxis do cotidiano.
Ética é a reflexão, o pensamento para aquilo que se consolidou,diz respeito ao modo como convivemos uns com os outros.É pensar acerca daquilo que faço, tem a ver com a ação. A etmologia da palavra (Ethos) diz que é o lugar onde as pessoas habitam, moram. É o que estamos fazendo uns com os outros. A ação,o modo como intervenho ou interajo tem o estreitamento com a moral, que é uma produção da cultura. A moral é o hábito, é o costume, o que se consolidou sob o ponto de vista da ação.
Para Márcia Buriti ( vídeo, Filosofia e Ética) os caminhos para a construção de uma sociedade mais ética é longo, e refletir sobre ética é pensar no caminho, nas ações assertivas.
Em minha prática pedagógica, constantemente reflito sobre a ética com meus alunos. Levo para a sala de aula jornais( Correio do Povo e Zero Hora)  e conversamos sobre temas da atualidade. Realizamos debates, trabalhos em grupo, em duplas e individualizado com as notícias apresentadas nestes jornais.Um dos temas mais debatidos tem sido sobre a ética dos poderes públicos e o total desrespeito ao cidadão que contribui com impostos e não tem retorno algum em todos os setores ( saúde, educação, etc). Os alunos também debruçam o olhar sobre o comportamento de alguns professores que não são éticos e que mesmo assim, cobram dos seus alunos atitudes transformadoras e responsáveis.   
Nossa atuação, como professor, no cotidiano escolar é fundamental, pois fazemos um espelhamento diário de nossas ações aos alunos.
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A decisão é sua.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

DIFERENÇAS E PRECONCEITO NA ESCOLA

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Somos iguais em nossas diferenças.
MITOS E PRECONCEITOS SOBRE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Vivemos em meio a pluralidade e diversidade, no entanto só as vemos  quando nos deparamos com pessoas portadoras de necessidades especiais.  E quando as vemos, há um espelhamento subjetivo que nos distancia e resistimos formar vínculos emocionais que levariam a desacomodação de padrões de conduta e comportamento gerando um padrão de  linguagem inovador.
Se o mundo é plural, porque haveria uma única resposta à todas as perguntas e um único padrão de comportamento e aprendizagem?
Ao me apropriar do material disponibilizado na interdisciplina revi conceitos significativos a demanda de alunos que estão nos espaços escolares.  Conceitos como:
Compensação: colocar em equilíbrio, dar algo em troca, ação que gera o equilíbrio e igualdade entre duas partes, fazendo com que não haja nenhuma com maior ou menor peso que a outra.
Assimilação: processo mental pelo qual se incorporam os dados das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes. É um movimento de integração do meio no organismo. Na linguagem diária, por fim, a ideia de assimilação se associa à compreensão ou o entendimento de uma informação, algo diminuído, enfraquecido.
Assimilação: quando negamos literalmente a diferença.
Deficiência: refere-se a uma perda ou anomalia de estrutura ou função.
Incapacidade: refere-se a restrição de atividades em decorrência de uma deficiência.
Desvantagem: refere-se à condição social de prejuízo resultante de deficiência e/ou incapacidade. Diz respeito aos prejuízos que o indivíduo experimenta devido a sua deficiência e incapacidade.
Mitos: diferenças e preconceitos, barreiras atitudinais que desenvolvemos ao entrar em contato com pessoas com deficiência.
Refletindo sobre a ação do professor no seu cotidiano escolar, percebo a propagação de mitos e esteriótipos com os quais revestimos muitos dos alunos portadores de necessidades especiais. Alguns professores afirmam que estes alunos não aprendem, que não socializam, colocando-os sempre em desvantagem ressaltando suas deficiências e que não retêm nenhum aprendizado.
Estas barreiras que são edificadas em torno destes alunos e em torno de muitos professores servem de mecanismos de autodefesa repelindo-os para fora do contexto escolar. Estes alunos estão matriculados nas escolas mas são excluídos do processo de qualquer aprendizagem.
Carlos Skliar, em seu vídeo, enfatiza que quando se fala muito em determinado assunto ou tema é porque ele não está presente, não está acontecendo ou acontece de maneira errônea. A inclusão tem mobilizado nossas discussões e por conseguinte ressalta que não está acomodada e assimilada no cotidiano escolar.
A finalidade da educação está em sua grande maioria na contramão da dialética de prepará-los para o mundo, para a vida autônoma.
Trazê-los para o contexto escolar, preparando a turma para acolhê-los, preparando PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), sala de AEE, seria uma das muitas estratégias à excelência do desenvolvimento destes aprendentes que apresentam alguma limitação.  O papel do professor é mediar, assistir e intervir favoravelmente estes alunos e os demais.

Referências:
Amaral, Lígia Assumpção; Diferenças e Preconceito na Escola - Alternativas Teóricas e Práticas
Skliar, Carlos; Vídeo: Quem é o verdadeiro deficiente?