segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Invictus

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"Eu sou o dono do meu destino...Eu sou o capitão de minha alma."
Do poema Invictus, veio a força inspiradora que levou Nelson Mandela suportar os longos 27 anos de cárcere em seu próprio país. A leitura silenciosa deste poema alimentou a alma e os ideais deste africano, que tinha ideais de liberdade ao seu povo.
Willian Ernest Henley, ao escrever o poema citado, jamais sonharia que os seus versos poderiam inspirar um homem com a grandeza de Nelson Mandela (o Madiba ou Dada, como era chamado pelos africanos) a suportar e superar com nobreza e mansidão o período que ficou impedido de exercer seu direito a manifestação contrária à segregação racial. Este homem manso e pacifista, com determinada determinação, levou sua pátria e compatriotas em torno do bem comum, do respeito a integridade humana, independente de raça ou credo.
Ao buscar o conceito de mansidão e ao compartilhá-lo com a turma, percebemos que ser manso, é o estado de alguém que tem controle e domínio sobre seu temperamento e atitudes, que tem paciência, controle da situação e domínio próprio. E isto foi realizado com maestria pelo ator principal do filme até presidir seu país.
Assisti inúmeras vezes o filme e o levei à minha turma no ano passado para assistirmos juntos e após fizemos um "roda de conversas cruzadas" sobre o filme que é biográfico. A atividade proposta foi intensa e enriquecedora. Os alunos posicionaram - se assertivamente sobre o tema central do filme. Foi um momento enriquecedor. Conversamos sobre preconceito racial, direitos civis e interação social. Como a proposta atingiu os objetivos, resolvi levar o filme a turma deste ano.
Inicialmente mostrei o filme e os instiguei a curiosidade sobre a história que circunda as questões étnico-raciais, políticas e culturais que tecem a teia que sustenta todo o filme. Também fiz a leitura pausada e articula do poema Invictus, que intitulou o filme e, eles apreciaram. E surtiu resultado positivo, pois por meio de votação a maioria decidiu que olharíamos o filme (2009). O "cine comentado" aconteceu com momentos de interrupção para que conversássemos e os alunos se manifestassem positiva ou negativamente sobre as cenas do filme. Os alunos enriqueceram com relatos vividos ou presenciados em seu cotidiano.
Ao final fizemos uma avaliação com saldo positivo.

Referências:
Segue o link com a narrativa do filme que o poema é descrito no anexo.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

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Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget, abordando o desenvolvimento Intelectual (os esquemas mentais) e os estádios cognitivos; o segundo apresentará definições e dados sobre as Dificuldades de Aprendizagem; o terceiro irá discorrer sobre as Provas Operatórias de Piaget, denominando tipos, finalidades e objetivos; o quarto tratará de estudos de pesquisa e avaliação envolvendo as provas operatórias e por fim, serão apresentadas considerações finais e as referências bibliográficas que serviram de fundamento para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Jean Piaget, considerado um dos mais extraordinários pesquisadores aclamado na área de educação e pedagogia, na verdade, não demonstrava interesse primário na área da educação. O que o diferenciava dos estudiosos de sua época era que enquanto, estes pesquisavam o conhecimento apenas como um fato - uma cópia dos objetos - Piaget buscava descobrir o processo de desenvolvimento das estruturas do pensamento e do conhecimento humano. Para ele a sabedoria/inteligência humana se formava a partir da interação com o objeto (físico ou social) de onde resultava o conhecimento advindo de um processo de assimilação/interpretação desse objeto.
Nesse intuito, ele voltou sua atenção para a investigação da origem do conhecimento e do processo envolvido na transição de um conhecimento mais simples para um mais complexo e organizado. Para isso, utilizou o desenvolvimento da criança como ponto de partida. Piaget postula que a criança nasce com uma bagagem biológica e hereditária que em contato com o meio, transforma-se e molda-se na inteligência (PIAGET, 1998). A partir desse pensamento, procurou pesquisar o desenvolvimento cognitivo da criança sob a perspectiva de uma evolução progressiva.
Sendo assim, ele elaborou um método próprio de pesquisa - o método clínico - e aplicou-se a investigar o desenvolvimento infantil e a construção da inteligência. Além disso, por suas teorias e escritos ajustarem-se integralmente ao desenvolvimento da inteligência e a construção do conhecimento da criança, acabou por revolucionar a pedagogia. Contudo, o interesse que movia suas pesquisas na verdade, sempre foi epistemológico. Valendo-se da biologia, da psicologia, da sociologia e da epistemologia, desenvolveu diversos campos de estudos científicos, como a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e ainda, a epistemologia genética – compilação de suas pesquisas.
A Epistemologia Genética pode ser explicada como o estudo dos mecanismos de formação do conhecimento lógico – noções de tempo, espaço, objeto, etc. – e da gênese (nascimento) e a evolução do conhecimento humano.
Com a Epistemologia Genética, Piaget procurou mostrar as relações dinâmicas entre a aprendizagem e desenvolvimento. Através de suas pesquisas, constatou que o aprendizado era um processo no qual a criança gradativamente vai se aprimorando a medida que ultrapassa níveis mais complexos do conhecimento. Sua teoria pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, as quais denomina, estádios ou períodos de desenvolvimento. A teoria abrange o processo de conhecer as etapas pelas quais o ser humano passa à medida que vai adquirindo conhecimento. Segundo Ciasca (2003, p 81),
[...] o desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget desde os seus primórdios, é uma construção contínua, empreendida pelo próprio sujeito a partir de sua interação com seu meio (físico e social), que formará estruturas cognitivas cada vez mais complexas.
Para explicar o desenvolvimento intelectual, Piaget postulou que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio (WADSWORTH, 1998, p. 7). Esses estádios, responsáveis por mudanças nas estruturas cognitivas, derivam-se da interação do individuo com a realidade, na medida em que ele busca organizar seus conhecimentos, adaptando e modificando seus esquemas de assimilação e acomodação para finalmente atingir o equilíbrio
Referências:
ANDRADE, A. S. desenvolvimento de testes padronizados baseados em provas plagetianas: revisão bibliográfica. Arq. bras. Psic. Rio de Janeiro 36(3):3-23 juI./set. 1984. Disponivel em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/view/

AUTORES DO CONHECIMENTO

 Momentos da aula invertida

Para a realização da proposta, alguns alunos inverteram, colocaram ao contrário as camisetas para compor o cenário no momento da apresentação.
Ao término fizemos uma avaliação da proposta e das apresentações e , os alunos chegaram ao consenso de que foi divertido e inovador.Alguns relataram que sentiram um desconforto inicial,mas após superaram.



Referências:

MULTIPLICANDO IDEIAS

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"O professor é aquele que faz duas ideias crescerem onde antes só crescia uma." Elbert HubbardProfessor é um ser inventivo e adaptativo, quase um camaleão que se molda no meio que está inserido para transformar seus alunos em aprendentes em potencial.O século XXI, aponta uma visão educacional que apresenta grandes mudanças em um mundo globalizado, sinalizando de que o professor precisa atualizar-se constantemente e buscar apropriar-se de conhecimentos múltiplos para dar suporte as "Inteligências Múltiplas (Gardner, Howard). Também requer do professor uma grande quantidade de ideias, de habilidades nos procedimentos , nas estratégias de ensinar, de manejo com os alunos e ótimas atitudes, valores, hábitos e condições para o ensino. Uma concepção moderna da tarefa do professor requer não apenas ampliar certas fórmulas e práticas educativas, como também o estímulo à autonomia, capacidade de decisões assertivas e a criatividade. Em seu livro Inteligências Múltiplas, Gardner, enfatiza as ideias fundamentais que desencadeiam uma revolução na aprendizagem e mostra como elas podem ser aplicadas em sala de aula onde se espera que os alunos pensem.O aluno necessita de incentivo e estímulos para enfrentar o trabalho que lhe é proposto. É necessário que o professor conheça  a relação do aluno consigo mesmo e com os demais e, concomitante oferecer informações que o ajude a superar os desafios escolares. Procuro manter a rotatividade de ideias e criatividade para manter meus alunos interessados e com a expectativa da espera de como será o próximo dia de aula.Após conversar com o professor de Geografia sobre aula invertida, senti o desejo de adaptar a proposta à minha turma e realizei uma manhã em que os alunos em dupla escolhessem um assunto ou tema de qualquer área do conhecimento já estudado, explorado ou não em nossos encontros matinais e apresentassem à turma.Inicialmente sentiram-se inseguros e alguns manifestaram a recusa em participar. Aos poucos fui tecendo o convencimento de que a participação de todos seria imprescindível para o bom andamento e relembrei uma frase que constantemente digo: " ninguém sabe tudo o tempo todo'. Após a formação das duplas, as escolhas e a preparação do assunto que seria abordado, realizamos o sorteio e iniciamos as apresentações. as primeiras duplas iniciaram timidamente as apresentações usando o quadro branco, livro e explicando o conteúdo selecionado. Uma dupla explorou um conteúdo desconhecido e agregou conhecimento novo à todos nós. Foi incrível!Tivemos uma manhã divertida e enriquecedora onde os papéis foram invertidos. Eu desempenhei o papel de aprendente e os alunos de instrutores do conhecimento.  
Referências: 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Aula invertida

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Sem a passividade da aprendizagem





Estudos sugerem que modelo possibilita aprendizagem mais eficaz.


Eis o princípio por trás da metodologia da “sala de aula invertida” (Flipped Classroom, em inglês), que propõe a inversão completa do modelo de ensino. Sua proposta é prover aulas menos expositivas, mais produtivas e participativas, capazes de engajar os alunos no conteúdo e melhor utilizar o tempo e conhecimento do professor (retirado do linck).
O aluno passa de agente passivo à ativo, de autor a coautor de todo o processo. Ideia inovadora na área da aprendizagem.

Referência:
Linck: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/como-funciona-a-sala-de-aula-invertida/

Ao mestre com carinho


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Alguém em que eu possa confiar...e me inspirar.

Alguns professores inspiram e nos fazem transpirar à aprender, insistir e persistir. Outros impactam nossa vida muito mais que possamos imaginar.
O professor inspirador vai além de exercer as funções pedagógicas e de liderança. Principalmente ao longo do ensino básico, professores-líderes têm o poder de despertar o melhor de cada aluno, quebrar pré-conceitos e mudar concepções de vida. Alguns filmes exploram esta abordagem dinâmica e encantadora de professores que conseguem influenciar positivamente seus alunos e até mesmo os ajudam a reescrever uma nova trajetória cheia de novas expectativas.
Aos meus 14 anos de idade, em Santa Cruz do Sul, minha cidade natal, entrei pela primeira vez  e assisti meu primeiro filme no cinema. O filme assistido foi "Ao mestre com carinho " com Sidney Poitier.
Este filme britânico de 1967, que retrata questões sociais e raciais em uma escola localizada em uma comunidade pobre de Londres, impactou-me instantaneamente e ao deixar a sala do cinema determinou minha trajetória como professora em sala de aula. Desde então, da sala do cinema à sala de aula tenho tido grandes batalhas ao tentar exercer com maestria a dinâmica pedagógica. Entre ensaios, erros e acertos aplico minhas "pensatas pedagógicas" (Cortella) e recolho resultados inspiradores. 
Parto da premissa que " todos os homens têm naturalmente um impulso para adquirir conhecimento" (Aristóteles) e invisto em ideias que promovam o despertar e favoreçam a criatividade, a criticidade e o anseio por aprender.
No livro, Ao professor, com meu carinho, Rubem Alves mostra que a tarefa primordial do educador é seduzir o aluno para que ele deseje, e desejando, aprenda. O autor quer também seduzir o professor à plena realização do exercício de sua profissão. 
Sinto-me realizada quando estou em sala de aula e recebo feedback dos meus alunos quase que diariamente. Eles me surpreendem dizendo que amam a forma como apresento os conteúdos, tornando-os "fáceis" e lúdicos quando possível. Também me disseram que ao longo deste ano aprenderam mais do que nos últimos anos de estudo. Também recebo cartas, bilhetes e as vezes escrevem no quadro o quanto gostam de mim. Este ano tenho em sala de aula um aluno que faz meu autorretrato e diz que teve que esperar anos para ter uma professora como eu. 
Sinto-me lisonjeada...A imagem pode conter: desenho




Referências: 

Ao mestre com carinho, Poitier, Sidney- filme
Pensatas pedagógicas, Cortella, mario Sergio
Ao professor, com meu carinho, Alves Rubem









quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

UM OLHAR SOBRE A SUBJETIVIDADE

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Negação da subjetividade

Entende - se por subjetividade o espaço íntimo do indivíduo, como se relaciona e assimila o mundo social que o circunda, suas opiniões e posicionamentos. A formação do indivíduo quanto a construção de suas crenças e valores, é território intrínseco que nos faz únicos, ninguém é parecido com ninguém, somos individuais em nosso pensar e agir e ser.
Nossa subjetividade é formada a medida em que vamos nos construindo a partir da vivência das experiências de nosso contexto social, familiar e cultural. Ao mesmo tempo em que nos faz únicos, pode nos igualar a uma formatação segundo os padrões estéticos e estereótipos estabelecidos por padrões e convenções sociais. Na medida em que nos relacionamos com o que está em nossa realidade proximal ( emoções, pensamentos, fantasias, sonhos, etc.) construímos características que nos fazem ser o que somos, se não uma projeção. A subjetividade é o mundo interno de todo e qualquer ser humano que interage, assimila, acomoda e relaciona - se com o que circunda ( meio social e familiar). 
A etmologia da palavra subjetividade oriunda do latim subjectivus ( subicere: "colocar sob" + jacere: "atirar, jogar, balançar"). A subjetividade na psicologia foi conceituada a partir das inquietações do sujeito, de modo que pensadores foram levados a sintetizar a questão na contraposição entre características internas e externas. 
A Gestalt, teoria do fim do século XX (defende que para se compreender as partes é preciso antes compreender o todo) considera  o comportamento humano como um todo possuidor de unidade , sendo uma das escolas que intensificou o interesse nos estudos do desenvolvimento da personalidade. Trouxe esta reflexão porque em meu cotidiano escolar observo, avalio e convivo com meus alunos tendo em vista estas  facetas.
Na teoria do do conhecimento, a subjetividade é o conjunto de idéias, significados e emoções que, por serem baseados no ponto de vista do sujeito , são influenciados por seus interesses e desejos particulares. 
Do ponto de vista da sociologia, a subjetividade se refere ao campo de ação e representação dos sujeitos, sempre condicionados a circunstâncias históricas, políticas e culturais.
Estes prismas induzem a reflexão da subjetividade humana e me reporto ao manejo em sala de aula e avaliar como interajo com a matéria prima que tenho em sala de aula, que são os meus alunos.
Através da nossa subjetividade construímos um espaço relacional, ou seja, nos relacionamos com o outro. Este relacionamento nos insere dentro de esferas de representação social em que cada sujeito ocupa seu papel de agente no  meio que está inserido.
A interação entre a Psicologia e a Educação surgiu da necessidade de avaliar e explicar aspectos relevantes do processo de aprendizagem e subsidiar o planejamento e desenvolvimento de estratégias e ações pedagógicas.
Considerando que a educação está relacionada às mudanças intrapsicológicas (plano individual de uma pessoa), torna-se importante o estudo da psicologia e a sua aplicação na área de educação, pois contribui positivamente para a melhoria da educação devido á possibilidade de estimular a comunicação e fortalecer as relações entre o educador e o educando; tornando-se essencial para a fundamentação científica do ensino e da educação e dentre vários fatores que validam a importância do estudo:
Também surgiu da necessidade de conhecer profundamente a criança e seu processo de desenvolvimento.
A compreensão dos fenômenos educativos através da utilização e aplicação de princípios, métodos e conhecimentos pedagógicos.
Estabelecer relacionamentos de forma eficaz dentro e fora do ambiente escolar possibilitando o desenvolvimento cognitivo e psicológico do aluno.
A nossa subjetividade não é inata em virtude de fazer parte do nosso universo interno, é o resultado do desenvolvimento pessoal uma característica adquirida no decorrer da história humana, através da soma de aprendizados o que inclui: pensamentos, emoções conscientes e inconscientes e sentimentos; bem como as mudanças internas ocorridas a partir da interação com o outro o que nos leva a repensar nossa maneira de enxergar o mundo, as nossas atitudes diante de determinados fatos ou diante da própria vida, fatos estes que contribuem para a formação e consolidação da nossa identidade.
Referências:
Link: https://graciapassos.wordpress.com/2009/09/01/sobre-a-subjetividade-humana-e-a-psicologia-da-educacao/
Link: https://www.google.com.br/search?
Link: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=309326391020

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A pluralidade da identidade




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A pluralidade da nossa identidade

Aprender a viver, é um dos maiores desafios da Humanidade. 

         Seja na família, na escola, no trabalho, ou no ambiente social, temos que aprender a conviver e a respeitar as diferenças e os diferentes. A vida é assim, cada um é diferente do outro e tem sua maneira de entender, enfrentar e realizar a vida, de orquestrá-la.
         Afinal, são as diferenças que movem o mundo e impulsionam o progresso. No Brasil, existe uma enorme miscigenação de raças, culturas e religiões. Apesar disso, frequentemente acontecem atos incompreensíveis de algumas pessoas em relação aos negros, homossexuais, aos portadores de necessidades especiais, entre outros.
O preconceito sempre existiu, como na época em que os negros não podiam misturar-se com os brancos, assim como os analfabetos e as mulheres não podiam votar.
         Em minha adolescência senti os efeitos de quem não tinha permissão de frequentar o clube que pessoas brancas tinham livre acesso. Tínhamos “nosso clube” e nos divertíamos muito. Mas lá havia uma diferença, as pessoas de outras raças podiam entrar e participar sem o desconforto do convite a retirar-se. Partilhei com a turma do 5° ano algumas experiências de preconceito e os incentivei a realizar relatos vivenciados ou que tenham presenciado. Foi um momento intenso de partilha e após passei um vídeo onde era evidente a situação de racismo. Como culminância, os motivei construir frases com a seguinte temática: “ Atitudes transformadoras” em vários ambientes como: escola, família, em casa e com os amigos. Desta proposta surgiram ótimas reflexões e um projeto que resultou em uma contação de histórias, oficina de criação ( desenho, recorte e pintura) e brincadeiras dirigidas para os alunos do turno integral. Tudo foi elaborado e organizado por meus alunos. Foi fantástico! 
         Todo e qualquer indivíduo tem seu jeito e suas particularidades. Dessa forma, todos devem respeitar o estilo de vida de cada um. Deve existir a compreensão da liberdade de expressão, desde que haja sempre o respeito. A partir disso será construída uma sociedade mais justa e igualitária, sem ofensas e rivalidades.
Aprender a viver com os outros, na escola, no lar, no trabalho, no clube ou em qualquer outro ambiente, é, talvez, um dos desafios mais intrigantes e instigantes deste século. Conviver, aceitar e respeitar as diferenças e os diferentes tem sido um desafio presente em todo ambiente social.
         O desenvolvimento da compreensão do outro e a percepção das interdependências no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz são desafios diários. “ Poderemos conceber uma educação capaz de evitar os conflitos ou de resolvê-los de maneira pacífica, desenvolvendo o conhecimento dos outros, das suas culturas, da sua espiritualidade?” – é a proposta lançada pela Unesco, em seu congresso de 1998, realizado em Paris, quando foi aprovado o Relatório Delors.
         Penso que o diálogo é o meio mais adequado para o desenvolvimento dessa competência – aprender a viver juntos. O diálogo, onde discordar não significa gostar menos ou desrespeito ao ponto de vista ou posições do outro. Onde aceitar e conviver com as diferenças e os diferentes não significa concordar, mas acolher.

A “descoberta progressiva do outro” e a participação em projetos comuns é um dos caminhos apontados pelo Relatório Delors, que precisamos adotar em nossos processos de aprendizagem.







Referências:
Link: doc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf
Link:https://www.youtube.com/watch?time_continue=7&v=IQF8mVF3j84(Antunes, Celso - Os quatro pilares da educação)
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ykTVjILFy-I ( Alves, Rubem _ Aprender a ser)
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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O valor da "carne"

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Uma alma não tem cor, tem sonhos...


PROCURA – SE EMPREGO…
ENCONTRA – SE PRECONCEITO!
Imortalizada na voz da expressiva cantora Elza Soares,  a música “ A carne”, traz em seu enredo algo que alterna-se entre o velado e escrachado. O enredo desta música retira dos porões da história, quem fez e ainda contribui com braço fortecom o nosso país. Verdade nua e crua, que as vezes é jogada para baixo do tapete, numa tentativa de transparecer que tudo vai bem , que tudo está certo. E talvez esteja certo para alguns...mas errado para outros.
As vezes driblamos o encontro com o preconceito, e em outros momentos vamos ao encontro dele. Foi o que aconteceu comigo.
Quem sou eu?
Me chamo Isabel Cristina de Oliveira, brasileira, professora, 54 anos  e negra.
Trago marcas do preconceito vivido desde a minha infância ,pois nasci em uma cidade de colonização germânica em que  “todos eram considerados iguais, mas uns eram mais iguais que os outros”. Mas o relato que quero partilhar, se deu a aproximadamente há 20 anos atrás, quando decidi retomar minha vida profissional.
Com o recorte em mãos de um anúncio dos classificados, fui até uma escola de educação infantil em um bairro central da nossa cidade que anunciava abertura de seleção para trabalhar com uma turma. A prestação de serviço era de professora, mas na época contratavam como atendente de creche ou recreacionista.
Chegando ao endereço, com o currículo em mãos e sem descuidar da apresentação pessoal, identifiquei–me e aguardei a chegada da diretora da escola.  Após um tempo de espera, a diretora chegou, nos cumprimentamos e ela perguntou o motivo da minha visita à escola. Respondi, que conforme o anuncio do jornal (ZH) queria participar da seleção e deixar meu currículo para análise.
Para minha surpresa, a diretora perguntou se era para a vaga da limpeza. Com calma respondi com o seguinte questionamento:
-Foi para a contratação da higienização (limpeza) que anunciaste no jornal ( ZH )? 
Ela respondeu negativamente e acrescentou:
- Podes deixar comigo teu currículo.
Olhei profundamente em seus olhos e respondi:
- Obrigada, mas não quero deixar meu currículo aqui.
A carne mais barata no mercado é a carne negra. Mais barata porque as vezes querem restringir o mercado de trabalho as funções onde o salário é menor. A desigualdade social e racial foi retirada dos porões dos navios negreiros e as senzalas receberam outros contornos. Atualmente os feitores estão bem trajados e já não trazem mais chicotes em suas mãos. Eles se colocam como usurpadores de sonhos tentando pôr mordaças à ascensão social, e a toda e qualquer reparação por meio de ações afirmativas.  
Subjugar uma raça, restringí-la há algumas funções é um desrespeito à identidade racial, é sempre uma tentativa de torná-la mais barata para o mercado de trabalho, onde são menores as possibilidades, maior é o preconceito e menor é a dignidade.
Trabalhei a temática do preconceito com minha turma do 5° ano e foi um momento de intensos relatos  e posicionamentos assertivos. Fiz uma " roda de Conversas cruzadas" e após solicitei o registro escrito e gráfico. Os alunos responderam positivamente aos estímulos e ficaram motivados à participação do Momento Cultural na escola. Faremos um "explosão de ideias por meio de dramatização da chegada dos negros ao Brasil, usaremos músicas que envolvam este tema e também proporcionaremos uma rodada de "Conversas cruzadas" sobre o assunto.



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Aprendizagem amorosa

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 Na escola existe uma rede complexa de relações. Relações pessoais e interpessoais. O relacionamento interpessoal implica uma relação social, ou seja, um conjunto de normas comportamentais que orientam as interações entre membros de uma sociedade. O conceito de relação social, da área da Sociologia, foi estudado e desenvolvido por Max Weber. Essas relações têm um potencial considerável para influenciar  tanto   positiva  como negativamente, a aprendizagem dos alunos. Conforme o estado em que o aluno se  encontra, uma   mera   palavra  basta para levá-lo  a apresentar um   desempenho   satisfatório  ou  um  baixo   rendimento   escolar.  Para melhor    entender  este  contexto   é necessário  identificar   que   a    auto estima  é  a   mola   mestra  que  impulsiona  e  até    mesmo   direciona    o indivíduo para   o   sucesso ou para o fracasso. Portanto o  futuro   de  um indivíduo depende de sua auto estima e dos estímulos que recebe ao longo de sua jornada.
                A auto estima pode ser tanto essencial quanto fundamental. A auto-estima essencial é a que recebemos dos nossos pais desde que nascemos através do seu amor,  cuidados e estímulos positivos.
                A auto-estima fundamental é conquistada quando somos bem sucedidos e apreciamos algo que realizamos. Durante a infância, ela é alimentada toda vez que a criança realiza algo. O ato de aplaudir ou  de reprovar    fora  de  hora   pode  distorcer  a  auto  estima da  criança.  Na adolescência, a auto-estima fundamental é  a auto   aprovação   do   que  o adolescente pensa, sente  ou   faz. A auto estima  é responsável  por motivar  a     vencer   o   medo,  a   insegurança, a    ansiedade   e    demais sentimentos. Uma boa auto-estima é essencial para o desenvolvimento  de uma pessoa .
                 Cada dia   percebe-se    mais  alunos    com   uma  auto imagem negativa,   inseguros,  sem  confiança  em  si  mesmo,   ou  seja,  sem  auto estima. Tudo isso repercute  enormemente no desenvolvimento da sua personalidade, no equilíbrio    emocional e no relacionamento humano. A auto estima , na  maioria das vezes está intimamente    ligada   ao fracasso escolar . A insegurança     de   obter   sucesso  pode ser responsável    por problemas emocionais, tais como agressividade, irritabilidade, desatenção e      desinteresse, que  habitualmente   interferem  na   aprendizagem   do aluno.                 
                 A orientação  de  um  professor  pode   fazer   o  aluno se sentir gratificado ou diminuído dependendo da auto estima do aluno. Além disso o  tipo   de   relação   que   o   professor estabelece em  sala  de  aula   com os  seus   alunos  pode    acarretar   em   minimização   da   auto   estima   e consequentemente  no fracasso  escolar, pois a forma como os alunos  são tratados   pode  levá-los a desistência , julgando-se  incapaz e,  até  mesmo culpado.  Uma relação   afetiva   e   de   respeito   mútuo   é  a  base   para estabelecer uma   relação   saudável   professor/aluno.    Essa relação deve garantir um ambiente de estimulação e valorização do esforço e das realizações próprias e originais e apoiar o processo de tentativa e erro sem estigmatizar este último.  Dessa forma   o   aluno   estará    preparado  emocionalmente para  lidar com as dificuldades que surgirem em sua vida escolar. Lidar com as frustrações também faz parte do aprendizado e os torna emocionalmente fortes, preparados para a vida que transcende os muros da escola.
Em minha prática fica evidente a aprendizagem amorosa, da auto estima, da liberdade com responsabilidade e também a do limite. Um não se sobrepõe ao outro, pelo contrário, um dá suporte ao outro. O aluno deve ser  encorajado a tomar decisões e posicionamentos assertivos. O caminho é longo, mas a recompensa virá após algum tempo.
Hoje tive a grata devolução da Coordenadora Pedagógica que teceu comentários extremamente positivos a respeito da mudança  de comportamento e a visível maturidade de uma aluna da minha turma. De temperamento instável, mantinha atitude sempre na defensiva, apresentava dificuldade em algumas disciplinas e mantinha -se dispersa durante as aulas. Aos poucos fui conquistando sua confiança e através do estímulo, da escuta e encorajamento constante a sua auto estima e autonomia, dosadas com demonstrações de afeto, mediada por princípios montessorianos e disciplina, suas atitudes foram transformando - se. Estas mudanças foram tão evidentes que refletiu em suas aprendizagens. Atualmente é comprometida, faz as atividades propostas, lidera os trabalhos em grupo e foi eleita representante da turma no 2° semestre.

A atitude emocional do professor influência involuntariamente e inconscientemente , pois geralmente  os  alunos  anseiam   por   afeto,   aceitação, aprovação   e   reconhecimento   de    seus professores. Dependendo de como   o   professor  se   posiciona diante desses anseios pode alimentar ou não a construção de uma auto-estima boa e  saudável, que trará maior rendimento escolar.
E para que isso aconteça, o professor  tem  que   interagir com   o   aluno   no  processo   de   ensino   aprendizagem    de   forma  que   cada  um ensina e aprende. O ato de ensinar exige envolvimento de ambas as partes. E essa troca que deve ser estimulada para o fortalecimento da auto estima e  da  aprendizagem. Segundo Becker( 1997,p.147) não há educador tão sábio que nada possa  aprender, nem    educador   tão   ignorante  que   nada possa  ensinar. É crescendo e aprendendo junto   com o   aluno,   assumindo   o   papel de investigador, orientador   e    coordenador   do   processo  ensino  aprendizagem, que  o  professor   conseguirá   alcançar   os  objetivos   que geram   à   cerca   da construção do conhecimento. Esta reflexão me trouxe a lembrança o trecho de uma famosa ária do último ato da ópera Turandot, intitulada "Nessun dorma" que finaliza entoando liricamente:
"Desvencilhe, a noite! Desapareçam, estrelas! Ao alvorecer eu vencerei!" 
É assim que me sinto muitas vezes diante da turma, determinada a vencer e transpor todos os empecilhos e dificuldades. E sempre que sinto esmorecer busco inspiração em algo, como a audição de um participante ( link abaixo) ou nas inúmeras cartas e bilhetes que deles recebo, assim como, nos abraços e cumprimentos que recebo nos corredores da escola de antigos alunos. Com frequência também recebo elogios e comentários de alunos que nunca estiveram comigo em sala de aula.
Afeto é assim. 
Ora se dá...
Ora se recebe.

Referências:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=SF7yuRylYd0 (audição Paul Potts - Nessun Dorma - legendado)
ttps://www.letras.mus.br/luciano-pavarotti/30295/traducao.html ( Nessun Dorma)
Desapareçam, estrelas!


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Espaço democrático

Resultado de imagem para imagem estâncias colegiadas na rede pública

Estâncias colegiadastraz a representatividade das diferentes áreas e setores do espaço escolar para a melhoria da educação pública.
O Conselho é formado por representantes de todos os grupos envolvidos com a educação: funcionários e professores da escola, pais e outros membros da comunidade. Ao trazer todos os interessados para discussão e tirar as decisões da mão de poucos, ele transforma a escola em um ambiente mais democrático e transparente. 



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“Por meio do conselho é possível envolver a comunidade e estimulá-la a acompanhar os estudos dos seus filhos e o que está acontecendo na escola,” conta Maria Luiza Martins Aléssio, diretora de Fortalecimento Institucional e Gestão Educacional do Ministério da Educação. 

Base Curricular para a Educação Infantil

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Aprender para conviver.


Historicamente a educação infantil não havia sido organizada com bases claras e evidentes, visando o desenvolvimento global e respeitando as diferentes fases do seu desenvolvimento.
As orientações da Base Curricular são vistas como um divisor de águas. O texto traz uma divisão por faixa etária e, em meio a seus "direitos de aprendizagem", cita pontos como " conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens"; explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções.Educadores apontam, porém, alguns pontos sensíveis.
 A educação infantil ainda é uma etapa sensível e suscita muito debate. Então como o documento coloca de maneira clara a necessidade de imprimir intencionalidade na educação infantil, é necessário um cuidado. Essa intencionalidade tem que saber respeitar o ritmo da criança e permitir que uma criança com dificuldade possa se desenvolver no tempo.

Referências;
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Gestão democrática

Educação para todos de qualidade.



Uma educação de qualidade se faz de forma democrática e dialógica. O papel da escola é propiciar disposições de todos os setores organizacionais da escola e promover em todas as estâncias coletivas à participação de todos para o bem comum dos alunos, visto que ele é o centro ( objeto) do contexto sociopolítico.
A qualidade de ensino tão almejada promove a boa relação educacional e o respeito à subjetividade do aluno e do professor, reflexo da gestão democrática. Sua implementação na organização da gestão administrativa e pedagógica da escola pública exige esforços de todas estâncias coletivas e a participação assertiva de todos. Esta tem ainda como intuito ponderar sobre as mudanças que esse tipo de gestão impõe na postura ética e cultural dos sujeitos pertencentes e atuantes da comunidade escolar, assim como os desafios lançados com a implementação dos mecanismos de gestão democrática, instituídos pela legislação educacional brasileira.
Em contra partida, a gestão patrimonialista  "caracteriza-se por uma gestão estritamente firmada pela tradição onde o gestor toma decisões conforme seu prazer, sua simpatia ou sua antipatia, e de acordo com pontos de vista puramente pessoais, sobretudo suscetíveis de se deixarem influenciar por preferências também pessoais. A administração do Estado e suas instituições, sob o princípio do patrimonialismo é uma questão puramente pessoal do gestor público, inexistindo, por este motivo, uma clara diferenciação entre as esferas pública e privada ( Weber, 1989 ).
O papel principal da escola é propiciar condições para que o aluno aprenda, apresentando cultura e situações que promovam estímulos em todas áreas do conhecimento, para que o aluno se aproprie e tenha sinapses autônomas de aprendizagem.
Enfim, "exige o compartilhamento das decisões sobre os modos de organização escolar, implicando a participação da comunidade escolar e local. Isto significa que a gestão democrática da educação é um processo em construção que envolve toda a organização da educação brasileira. É um processo que pretende estruturar um modelo de educação que permita a emancipação social dos sujeitos tendo como base a democracia participativa." ( O Estado moderno: da gestão patrimonialista à gestão democrática; Batista, Neusa Chaves )
Referências Bibliográficas:
FEDOZZI, Luciano (1999). Orçamento Participativo: reflexões sobre a experiência de Porto Alegre. Porto Alegre: Tomo Editorial.
PETERSEN, Aurea (1988). O Estado. In: Ciência Política: textos introdutórios.
PETERSEN et alli (orgs.). Porto Alegre: Editora Mundo Jovem
WEBER, Max (1989).Os três tipos puros de dominação legítima. In: COHN, Gabriel (org.). Max Weber. São Paulo: Ática. (Coleção Grandes Cientistas Sociais).
____ (1991). Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, volúme I.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

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"Quando não respeitada gera o sequestro de ambas as partes, tanto de quem ensina quanto de quem aprende." Cortella


Quando pensamos em sequestro, a ideia inicial é de pessoas sendo confinadas, mantidas incomunicáveis. tendo o seu direito de ir e vir desrespeitados.

Mas há um sequestro subjetivo que ocorre sem que muitos percebam, e este ocorre em nosso cotidiano escolar.
Nossas escolas estão lotadas de crianças , adolescentes e jovens desassistidos em seu direito de receber um ensino de qualidade em um ambiante previamente preparado e favorável ao desenvolvimento globalizado. Sequestrados pelos efeitos do descaso de políticas predatórias.
 Surpresa insólita, que torna toda possibilidade de crescimento refém da demanda de políticas públicas excludentes que aviltam o processo de ensino aprendizagem e subjugam os direitos sociais e a educação.
"Mais especificamente na política educacional, ao mesmo tempo em que avançamos na luta por uma educação para todos, o Estado passa de executor a apenas o avaliador e indutor da qualidade através da avaliação. A gestão democrática passa a dar lugar para a gestão empresarial, já que o mercado é parâmetro de qualidade. Encerro ressaltando que a grande questão atual é a função social da escola neste período particular do capitalismo de tantas mudanças. O capital sabe muito bem que escola quer, e os que querem superá-lo, devem começar a ser mais propositivos depois de décadas na defensiva. É o que proponho para o debate nesta mesa na ANPED SUL." (  Peroni,Vera Maria Vidal , Políticas públicas e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do estado

Referências:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=pL6K_jHe6t
_______. Mudanças na configuração do Estado e sua influência na política educacional. In: PERONI, V. M. V., BAZZO, V. L. , PEGORARO, L. (org.) Dilemas da educação brasileira em tempos de globalização neoliberal: entre o público e o privado. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. PERONI, Vera M. Vidal. Conexões entre o público e o privado no financiamento e gestão da escola pública. In ECCOS: Revista Científica. Vol. 8, p. 111-132, jan./jun., São Paulo, 2006a . PERONI, Vera.Perspectivas da gestão democrática da educação: avaliação institucional In: Gestão escolar democrática: concepções e vivências. 1 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006b, v.1, p. 149-155 




quinta-feira, 21 de setembro de 2017

"A vida é tão rara..."

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"A gente espera do mundo...E o mundo espera de nós." Paciência de Lenine

Envelhecer, último ato da grande trajetória intitulada vida.
Em suas diferentes fases trás sabores e dissabores não opcionais,mas incluso pois a vida não para e é tão rara.
Enquanto o grande espetáculo da vida acontece em atos permeados pelas fases do desenvolvimento humano,  o tempo vai deixando suas marcas, impressões e aprendizados.
Independente disto, envelhecer é inevitável...
Sentir -se velho é opcional.
Envelhecer é uma arte, e como tal pressupõe disposição e encantamento.  Também é necessário recriar a ação do viver que passa por etapas que irão moldando o jeito de ser e estar no mundo. Alguns referem-se como etapas evolutivas, que muitas vezes nos fazem ter a sensação de que estamos ficando para trás.
O envelhecimento está associado a proximidade da morte, talvez seja por isto que uma parcela considerável de adultos que chegam nesta fase, tornam-se depressivos .
O fato é que se permanecemos vivos atingir esta fase é inevitável, e  administrá - la com maestria é um desafio e requer arte.
Então [...]maturidade e a velhice, desde sempre, constituem desafios a todas as sociedades humanas, sobretudo no mundo moderno, cuja dimensão social encontra-se centrada na juventude, como mito e valor que orientam a percepção de mundo e a compreensão possível da vida (GUSMÃO, 2001 p. 113).
E qual será a nossa resposta as “...batidas na porta do tempo...” (Resposta ao tempo, música interpretada por Nana Caymmi).
Ou quem sabe, simplesmente fecharemos a porta numa vã tentativa de impedir a sua entrada. Porém, persistente, o tempo faz seus arranjos e pouco a pouco, esgueirando-se entre os acontecimentos envelhecemos.
Então faça valer a pena.
Faça acontecer.
"A vida não para, a vida não para não."

REFERÊNCIAS:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=GtFNx1umQTw
GUSMÃO, N.M.M. A maturidade e a velhice: um olhar antropológico. In: Neri, A. L. (org). Desenvolvimento e envelhecimento. Perspectivas biológicas, psicológicas e sociológicas. Campinas: Papirus, 2001. p.113-139.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

"QUEM NÃO SE COMUNICA SE TRUMBICA"

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Ao alcance de quase todos...

As tardes de sábado eram embaladas ao som deste "bordão" em uma emissora televisiva.

Palavras eternizadas pelo comunicador Chacrinha, conhecido como o velho guerreiro. Ele já nos alertava de um jeito descomprometido e divertido para uma comunicação de qualidade.

Mas o que é comunicar -se? Quais as suas implicações?
Comunicação é recepção, implica em troca de informação entre um emissor ( aquele que envia a mensagem) e receptor ( que recebe a mensagem). A comunicação se dá por meio da fala e a escuta ( ouvinte ), ou por meio de gestos e sinais ( não ouvinte, LIBRAS) ou por meio da escrita.
A contemporaneidade aproximou e distanciou - nos um pouco mais.
Aproximou, quando temos a possibilidade de nos comunicarmos em tempo real com alguém que está noutra cidade, em outro país, noutro continente. Conversamos, realizamos conferências e cursos através da expansão das redes. A realidade virtual trouxe benefícios a uma geração que tem urgência em obter respostas.
Mas também distanciou - nos, pois as rodas de conversas por meio de encontros pessoais, agora acontecem nos grupos das diversas redes sociais com os envolvidos enclausurados.Perto...e distante ao mesmo tempo. Diálogos em tempos real, mas sem o comprometimento do olho no olho. Real...e irreal...concomitantemente.
Da  arte rupestre do período Paleolítico à realidade virtual que se sobrepõe, como enfatiza Leandro Karnal, não estamos melhorando ou piorando, estamos transformando a comunicação em suas mais diversas formas. Tornamo - nos "mestiços culturais", uma espécie que se comunica muito, mas com dificuldade de convivência social. Este é o contraponto, o que nos aproxima também nos isola.
Esta comunicação em tempo real sem o contato real, tem seus efeitos colaterais. Esta, reforça o narcisismo, a vontade do meu eu absoluto, sem a risco do enfrentamento, do desgaste que os relacionamentos proximais produzem ( Modernidade líquida, Zygmunt Bauman).
Enfim, "tudo na vida tem o bônus e o ônus. Para merecer o bônus é necessário estar disposto a arcar com o ônus" ( Elisandra Arboit). E o tempo, coadjuvante e presente a estas transformações sinalizará o que foi irrelevante e o que foi relevante. O representante e o representado manifestarão a coerência e a incoerência das relações virtuais que informam, mas não formam a comunicação que aproxima.

Referências:
 O impacto das redes sociais na vida das pessoas – Leandro Karnal no Ponto a Ponto. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=17&v=crlhoz7IVeY

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Argumento ou simples justificativa

Resultado de imagem para imagem inicio que simboliza o reinicio
Morte: fim ou recomeço?

Os últimos acontecimentos absorveu - me em intensas reflexões e tomadas de posicionamentos que gostaria de postergá-los.
Porém sou coadjuvante à executar o que o "Artífice" nos designa e fui visitada pela "grande tristeza" ( A cabana), que instalou-se não como visitante, mas como residente sem previsão de ausentar-se. 
Concomitante a ela, para contrabalançar, chegaram os amigos que acercaram-me de apoio e estímulos. A vida segue...por caminhos novos e desbravadores que exigem mudanças de hábitos e um novo olhar sobre a rotina familiar, profissional, acadêmica e pessoal.
Sempre gostei de olhar para o céu e contemplar as nuvens, que em suas formações sugerem-me que algo grandioso há. Pensar que por detrás das nuvens, na profundidade e extensão infinita há a possibilidade de um recomeço.
Buscando o prisma da Filosofia, que  chama de dualismo psicofísico a dupla realidade da consciência (alma / espírito) separada do corpo ( matéria orgânica).
Sócrates enfatizava que o corpo não era  o objeto principal de preocupação, mas sim a alma, entendida como aquela que se serve do corpo" ( link citado na referência).
Após realizar a atividade A estrutura do argumento, que solicitou a identificação das suas estruturas básicas, percebi que a todo instante as usamos. Premissa e conclusão estão presentes em toda argumentação.
A premissa justifica a conclusão.
E aquilo que se quer justificar chamamos de conclusão.
O conhecimento prévio trabalhado na interdisciplina associado a realidade que me circunda. Experimentei o que sempre falo aos meus alunos, pois o que aprendemos é para o nosso crescimento e deve abastecer nosso cotidiano.
Por isso, em minhas convicções, reafirmo que o fim ou recomeço questionado, esvaiu-se em certezas que não são provisórias.

Referência:    
 http://www.viverafilosofia.com.br/2010/02/o-corpo.html